Mundo

Mundo esportivo reverencia Mandela, morto aos 95 anos

Símbolo maior da luta contra o Apartheid foi exaltado pelos principais dirigentes esportivos e por grandes atletas do planeta

Jbe Kruger, da África do Sul, usando fitas pretas em memória de Nelson Mandela durante um torneio de golfe em Hong Kong (Bobby Yip/Reuters)

Jbe Kruger, da África do Sul, usando fitas pretas em memória de Nelson Mandela durante um torneio de golfe em Hong Kong (Bobby Yip/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2013 às 10h57.

Johannesburgo - O ex-presidente da África do Sul e Prêmio Nobel da Paz, Nelson Mandela, morto nesta quinta-feira, aos 95 anos, está sendo reverenciado pelo mundo do esporte nesta sexta. Símbolo maior da luta contra o Apartheid, a segregação racial em solo sul-africano, Mandela foi exaltado pelos principais dirigentes esportivos e por grandes atletas do planeta.

"Ele foi um homem notável, que entendeu que o esporte pode construir pontes, destruir muros e revelar o que a humanidade tem em comum. Foi um verdadeiro estadista", afirmou o novo presidente do Comitê Olímpico Internacional, o alemão Thomas Bach. "Ele e eu compartilhamos uma crença inabalável no poder extraordinário do futebol para unir as pessoas em paz e amizade", disse Joseph Blatter, presidente da Fifa.

Bach e Blatter lembraram como Mandela utilizou o esporte em favor da união do povo sul-africano. Em um dos episódios mais famosos da sua história na presidência da África do Sul, o líder aproveitou a realização da Copa do Mundo de rúgbi em seu país, em 1995, para unir a população.

Recém-eleito, o presidente negro surpreendeu ao demonstrar apoio público ao esporte mais tradicional dos brancos e deu uma lição contra o preconceito. A história foi narrada nos cinemas, protagonizada pelo ator Morgan Freeman, que chegou a levar o Oscar de melhor ator em 2010 pelo desempenho no famoso papel.

"O Senhor Mandela foi um homem realmente notável. Eu tive a honra de estar ao seu lado durante os históricos dias da Copa do Mundo de Rúgbi, de 1995, e vi o incrível impacto que ele causou em sua nação e em seu povo. Sua sabedoria, inteligência e presença marcante eram uma maravilha a serem observadas", lembrou o presidente do Conselho Internacional de Rúgbi, Bernard Lapasset.

O presidente do Sindicato Sul-Africano de Rúgbi, Oregan Hoskins, também enalteceu o papel de Mandela, também chamado de Madiba pelos compatriotas, no esporte. "Todas as nossas vidas estão mais pobres hoje com a extinção destes farol de luz e esperança que guiou nosso caminho na transição democrática. 'Madiba' foi um homem de grande visão, determinação, integridade que realizou um milagre que surpreendeu o mundo e seus próprios compatriotas", declarou.

A morte de Mandela também repercutiu entre atletas na ativa e já aposentados. "Vamos todos manter seu legado com determinação e paixão", disse Pelé. "Ele nos fez perceber que somos todos irmãos, independentemente de nossas cores. Ele nos ensinou o perdão em grande escala", declarou o ex-boxeador Muhammad Ali.

Homem mais rápido do mundo, o jamaicano Usain Bolt também lamentou a perda. "Foi um dos grandes seres humanos da história. Que sua alma descanse em paz, foi um dos grandes lutadores do mundo", comentou. "A vida de Nelson Mandela mudou muitas outras. Seu legado permanecerá para sempre", disse a tenista Serena Williams. "Obrigado, Madiba, por seu legado e seu exemplo. Você sempre ficará conosco", declarou o atacante Cristiano Ronaldo.

Acompanhe tudo sobre:EsportesMortesNelson MandelaPolíticos

Mais de Mundo

Qual visto é necessário para trabalhar nos EUA? Saiba como emitir

Talibã proíbe livros 'não islâmicos' em bibliotecas e livrarias do Afeganistão

China e Brasil fortalecem parceria estratégica e destacam compromisso com futuro compartilhado

Matt Gaetz desiste de indicação para ser secretário de Justiça de Donald Trump