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Mundo demanda cada vez mais café, apesar de altos preços

Preços dobraram nos últimos 12 meses, mas não afetaram o consumo, que ainda cresceu 2,4% em 2010, segundo OIC

Há casos, tanto na China como na Índia, de substituição parcial no consumo de chá pelo consumo de café (Stock.xchng)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2011 às 12h48.

Londres- A demanda global por café deverá continuar subindo, e nem mesmo o fato de os preços terem dobrado nos últimos 12 meses foi suficiente para reduzir a sede dos consumidores pela bebida.

Estilos de vida mais agitados na China e em outras nações asiáticas, onde o crescimento econômico tem sido forte, ajudaram a manter o consumo de café em uma tendência de alta.

A Organização Mundial do Café (OIC) estima que o consumo mundial cresceu 2,4 por cento em 2010, para o recorde de 134 milhões de sacas de 60 quilos, e acredita que o crescimento do uso vai continuar, apesar dos preços elevados.

"Não há impacto dos preços em termos de redução da demanda, que continua bastante dinâmica", afirmou o economista-chefe da OIC, Denis Seudieu.

O crescimento do uso da bebida na China, onde o café geralmente é consumido em cadeias de cafeterias ou em restaurantes, não deve sofrer interrupção.

"Beber café se transforma em um hábito, e as pessoas que se habituam a consumir a bebida todos os dias não vão mudar isso só porque ficou um pouco mais caro", afirmou Fu Jingya, secretário-geral para o setor de café de uma associação de marketing chinesa.

John Culver, presidente da Starbucks, disse neste mês que a empresa pretende mais que triplicar o número de lojas na China, das atuais 450 para mais de 1.500 até 2015.

Ritmo acelerado

"Eu comecei a tomar café há dois anos, depois de terminar a faculdade, quando comecei a sentir maior pressão relacionada ao trabalho e à vida em geral", disse uma vendedora chinesa, que se apresentou como senhora Yu, do lado de fora de uma cafeteria em Chaoyangmen, Pequim.

Os preços maiores também não reduziram a demanda na Índia, apesar de uma pequena mudança no tipo de café que é ofertado.

"Não notamos qualquer queda no consumo. A única mudança foi o maior uso de café do tipo robusta, em substituição aos arábicas suaves (mais caros)", afirmou Shadev Balakrishna, presidente do conselho da Karnataka Planters Association.

Há casos, tanto na China como na Índia, de substituição parcial no consumo de chá pelo consumo de café.


Esse movimento ocorreu no Japão no passado e foi o responsável por transformar o país em um dos maiores consumidores mundiais da bebida.

China e Índia, no entanto, ainda estão distantes do nível de consumo per capta de países que são tradicionais mercados consumidores.

A demanda em países tradicionais, como os nórdicos e a Alemanha, continua sustentada e os preços no varejo não têm subido tanto quanto os futuros do café.

"A alta nos futuros está sendo, em grande parte, absorvida pela indústria, porque os varejistas não têm aceitado aumentos nos valores", afirmou um trader alemão de café.

Ainda que em menor escala, os aumentos têm ocorrido no varejo. A Nespresso, por exemplo, anunciou um aumento de 6 por cento no início deste mês. A norte-americana JM Smucker anunciou nesta terça-feira um aumento de 11 por cento em marcas como a popular Folgers, a maior elevação de preços em 1 ano.

Já a alemã Tchibo afirmou que o aumento dos preços deverá afetar seus lucros.

Oferta apertada

A produção de café não tem conseguido acompanhar o crescimento global da demanda.

A oferta de cafés de melhor qualidade, como os arábicas lavados, está ainda mais apertada, após a Colômbia ter registrado vários anos de produção em queda devido a um programa de renovação de árvores e ao clima adverso.

A produção em alguns países da América Central também caiu, devido a um período prolongado de preços baixos há alguns anos.

Esse panorama levou o café arábica negociado em Nova York a atingir o maior valor em 34 anos no início deste mês, para 3,089 dólares por libra. Posteriormente os preços recuaram um pouco, devido a uma liquidação geral nos mercados de commodities, mas continuam em níveis historicamente elevados.

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Estilos de vida mais agitados na China e em outras nações asiáticas, onde o crescimento econômico tem sido forte, ajudaram a manter o consumo de café em uma tendência de alta.

A Organização Mundial do Café (OIC) estima que o consumo mundial cresceu 2,4 por cento em 2010, para o recorde de 134 milhões de sacas de 60 quilos, e acredita que o crescimento do uso vai continuar, apesar dos preços elevados.

"Não há impacto dos preços em termos de redução da demanda, que continua bastante dinâmica", afirmou o economista-chefe da OIC, Denis Seudieu.

O crescimento do uso da bebida na China, onde o café geralmente é consumido em cadeias de cafeterias ou em restaurantes, não deve sofrer interrupção.

"Beber café se transforma em um hábito, e as pessoas que se habituam a consumir a bebida todos os dias não vão mudar isso só porque ficou um pouco mais caro", afirmou Fu Jingya, secretário-geral para o setor de café de uma associação de marketing chinesa.

John Culver, presidente da Starbucks, disse neste mês que a empresa pretende mais que triplicar o número de lojas na China, das atuais 450 para mais de 1.500 até 2015.

Ritmo acelerado

"Eu comecei a tomar café há dois anos, depois de terminar a faculdade, quando comecei a sentir maior pressão relacionada ao trabalho e à vida em geral", disse uma vendedora chinesa, que se apresentou como senhora Yu, do lado de fora de uma cafeteria em Chaoyangmen, Pequim.

Os preços maiores também não reduziram a demanda na Índia, apesar de uma pequena mudança no tipo de café que é ofertado.

"Não notamos qualquer queda no consumo. A única mudança foi o maior uso de café do tipo robusta, em substituição aos arábicas suaves (mais caros)", afirmou Shadev Balakrishna, presidente do conselho da Karnataka Planters Association.

Há casos, tanto na China como na Índia, de substituição parcial no consumo de chá pelo consumo de café.


Esse movimento ocorreu no Japão no passado e foi o responsável por transformar o país em um dos maiores consumidores mundiais da bebida.

China e Índia, no entanto, ainda estão distantes do nível de consumo per capta de países que são tradicionais mercados consumidores.

A demanda em países tradicionais, como os nórdicos e a Alemanha, continua sustentada e os preços no varejo não têm subido tanto quanto os futuros do café.

"A alta nos futuros está sendo, em grande parte, absorvida pela indústria, porque os varejistas não têm aceitado aumentos nos valores", afirmou um trader alemão de café.

Ainda que em menor escala, os aumentos têm ocorrido no varejo. A Nespresso, por exemplo, anunciou um aumento de 6 por cento no início deste mês. A norte-americana JM Smucker anunciou nesta terça-feira um aumento de 11 por cento em marcas como a popular Folgers, a maior elevação de preços em 1 ano.

Já a alemã Tchibo afirmou que o aumento dos preços deverá afetar seus lucros.

Oferta apertada

A produção de café não tem conseguido acompanhar o crescimento global da demanda.

A oferta de cafés de melhor qualidade, como os arábicas lavados, está ainda mais apertada, após a Colômbia ter registrado vários anos de produção em queda devido a um programa de renovação de árvores e ao clima adverso.

A produção em alguns países da América Central também caiu, devido a um período prolongado de preços baixos há alguns anos.

Esse panorama levou o café arábica negociado em Nova York a atingir o maior valor em 34 anos no início deste mês, para 3,089 dólares por libra. Posteriormente os preços recuaram um pouco, devido a uma liquidação geral nos mercados de commodities, mas continuam em níveis historicamente elevados.

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