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Mundo chora morte do herói Nelson Mandela

Herói da luta contra o apartheid faleceu na quinta em sua residência de Johannesburgo, aos 95 anos

Nelson Mandela em 2 de agosto de 2008 na comemoração do aniversário do ex-presidente sul-africano (Gianluigi Guercia/AFP)

Nelson Mandela em 2 de agosto de 2008 na comemoração do aniversário do ex-presidente sul-africano (Gianluigi Guercia/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2013 às 07h15.

Washington - Dirigentes de todo o mundo lamentaram a morte do líder sul-africano Nelson Mandela, herói da luta contra o apartheid, que faleceu na quinta-feira em sua residência de Johannesburgo, aos 95 anos.

O primeiro presidente negro dos Estados Unidos, Barack Obama, homenageou Mandela, primeiro presidente negro da África do Sul, lamentando a partida de um homem "valente e profundamente bom".

"Com sua valente dignidade e sua incansável disposição para sacrificar sua própria liberdade pela liberdade dos outros, Mandela transformou a África do Sul e comoveu a todos".

Obama recordou que se encontrou brevemente com Mandela uma única vez, em 2005, mas destacou que foi precisamente o exemplo do líder anti-apartheid o fator que o levou à vida política.

"Nunca mais veremos alguém como Nelson Mandela (...), que alcançou mais do que podemos esperar de qualquer homem. Hoje ele partiu e perdemos o ser humano mais influente, valente e profundamente bom".

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, declarou que "uma grande chama se apagou no mundo", afirmando que "Nelson Mandela era um herói do nosso tempo".

A rainha da Inglaterra Elizabeth II afirmou ter ficado "profundamente entristecida" com a morte de Nelson Mandela.

"A rainha se sentiu profundamente entristecida ao saber da morte de Nelson Mandela na noite passada. Mandela trabalhou incansavelmente pelo bem de seu país e seu legado é a África do Sul pacífica que conhecemos hoje em dia", afirma um comunicado do Palácio de Buckingham.


O presidente da França, François Hollande, afirmou que "Nelson Mandela foi a encarnação da Nação Sul-africana, o cimento da sua unidade e o orgulho de toda a África".

A chanceler alemã, Angela Merkel, destacou que o nome de Nelson Mandela "será para sempre associado ao combate à opressão de seu povo e à vitória sobre o regime do apartheid".

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, descreveu Mandela como um "gigante da justiça" que inspirou movimentos libertários em todo o mundo.

"Muitos no mundo foram influenciados por sua luta a favor da dignidade humana, da igualdade e da liberdade. Mandela tocou nossas vidas de uma maneira muito pessoal e profunda. Devemos nos inspirar em sua sabedoria, determinação e compromisso e nos esforçarmos para fazer um mundo melhor".

O Conselho de Segurança da ONU fez um minuto de silêncio em homenagem ao ex-presidente sul-africano. "Compartilhamos a mesma tristeza" com o anúncio desta morte, declarou o embaixador da França, Gerard Araud, estimando que Mandela encarnava "os valores de justiça e reconciliação".

A presidente Dilma Rousseff revelou que "o governo e o povo brasileiros receberam consternados a notícia da morte de Nelson Mandela" e afirmou que "seu combate transformou-se em um paradigma, não só para o continente africano, como para todos aqueles que lutam pela justiça social e pela paz no mundo".

Dilma referiu-se ao líder sul-africano como "personalidade maior do século XX", chamando atenção para a "paixão e a inteligência" que Mandela usou para vencer "um dos mais importantes processos de emancipação do ser humano da história contemporânea – o fim do apartheid na África do Sul".


O último presidente branco da África do Sul, Frederik De Klerk, afirmou que "a coragem, o encanto e o compromisso de Nelson Mandela com a reconciliação e a Constituição foram uma fonte de inspiração não apenas para os sul-africanos, mas para o mundo inteiro".

"Acredito que seu exemplo sobreviverá e seguirá inspirando todos os sul-africanos para realizar sua visão de uma sociedade multirracial, justa, de dignidade humana e de igualdade para todos".

De Klerk libertou Mandela em fevereiro de 1990 e iniciou as negociações para a criação de uma democracia multirracial quatro anos depois. Os dois compartilharam o Prêmio Nobel da Paz em 1993.

"Mandela nos ensinou a união"

O arcebispo sul-africano emérito Desmond Tutu enalteceu seu compatriota e co-ganhador do Nobel da Paz Nelson Mandela como o homem que ensinou uma nação profundamente dividida a se unir.

"Ao longo dos últimos 24 anos, Madiba nos ensinou a nos unir e a acreditar em nós mesmos e uns nos outros. Ele foi um unificador desde o momento que deixou a prisão".

"Estamos aliviados de que seu sofrimento tenha terminado, mas nosso alívio é afogado pelo luto. Que ele possa descansar em paz e elevar-se na glória".

O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, lamentou o falecimento de Mandela e afirmou que "o mundo perdeu um herói", que deu "um novo significado a palavras como liberdade, igualdade, justiça, reconciliação e perdão".

"Nelson Mandela morreu hoje, mas seu legado permanecerá para sempre. Foi um lutador, um líder e uma fonte de inspiração para muita gente (...) no mundo".

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, também lamentaram a perda de Mandela, "uma das maiores figuras políticas do nosso tempo".


Mandela "não apenas foi chave na transformação da África do Sul em um país democrático (...) ele representa a luta contra o racismo, a violência política e a intolerância".

"Este é um dia muito triste, não apenas para a África do Sul, mas para a comunidade internacional como um todo. Mandela nos ensinou as maiores lições sobre reconciliação, transição política e transformação social", acrescentaram, referindo-se ao líder sul-africano como "uma pessoa com profunda humanidade, integridade moral e autoridade".

Mandela recebeu o primeiro prêmio Sakharov para a liberdade de consciência concedido todo ano pelo Parlamento Europeu, desde 1988.

O presidente russo Vladimir Putin declarou que Mandela foi um dos políticos "mais eminentes de nossa época".

"Mandela superou os testes mais difíceis e permaneceu fiel a seus ideais de humanismo e de justiça até o fim de seus dias", afirmou Putin.

Na Ásia, o presidente chinês Xi Jinping destacou as "extraordinárias contribuições que deu ao desenvolvimento da humanidade", enquanto o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, chamou Mandela de "verdadeiros Gandhiano", em referência a Mahatma Gandhi.

Em Mianmar, Aung San Suu Kyi, líder da oposição e vencedora do Nobel da Paz, assim como Mandela, afirmou que herói da pátria sul-africana ensinou que "podemos mudar o mundo".

O Dalai Lama lamentou a perda de um "amigo querido".

Para o presidente israelense, Shimon Peres, o mundo perdeu um grande dirigente, "que mudou o curso da história".

"Era um defensor apaixonado da democracia, um mediador respeitado, prêmio Nobel da Paz e, acima de tudo, um construtor de pontes de paz e de diálogo que pagou um preço pessoal muito importante durante os anos que passou na prisão e lutando por seu povo", completou Peres.

O presidente palestino, Mahmud Abbas, disse que Mandela foi "um símbolo da libertação do colonialismo e da ocupação para todos os povos que aspiram à liberdade".


"É uma grande perda para todos os povos do mundo e para a Palestina", Mandela foi o "mais valente e o mais importante dos homens que nos apoiaram".

O presidente de Cuba, Raúl Castro, declarou que Mandela será lembrado "pela altura do seu exemplo e pela grandeza de sua obra".

O ex-presidente americano Bill Clinton afirmou que "a História vai lembrar de Nelson Mandela como o campeão da dignidade e da liberdade humanas, da paz e da reconciliação".

Mandela além da política

Pelé declarou no Twitter que Mandela "foi um herói para mim, um amigo e um companheiro na luta pelo povo e pela paz no mundo".

"Hoje estou entristecido demais. Nelson Mandela foi uma das maiores influências na minha vida. Vamos todos nós continuar seu legado com propósito e paixão", acrescentou eterno camisa 10.

O presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), o suíço Joseph Blatter, registrou "com profunda tristeza" a morte "de uma pessoa extraordinária, provavelmente um dos maiores humanistas do seu tempo, e um amigo sincero".

A Anistia Internacional, a mais ativa na campanha pela libertação de Mandela, considerou a morte de Madiba "como uma perda para todos que lutam por liberdade, justiça e pelo fim da discriminação".

Em Hollywood, Morgan Freeman, que interpretou o líder sul-africano no filme "Invictus", disse que "o mundo perdeu um dos verdadeiros gigantes do século passado", enquanto o britânico Idris Elba, que também dá vida a Mandela en "Long Walk to Freedom", que estreou recentemente destacou que Mandela "derrubou barreiras e liderou a luta pelos direitos humanos".

O cantor Bono, que apóia campanhas de combate à Aids na África, se perguntou sobre o futuro do continente: "Sem Mandela, poderá a África experimentar sua melhor década de crescimento e redução da pobreza?". A atriz sul-africana Charlize Theron, vencedora do Oscar, afirmou que o legado de Madiba "permanecerá para sempre".

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