O caso ganhou repercussão por expôr as condições de trabalho vulneráveis dos imigrantes na Ásia e no Oriente Médio; mais da metade dos 330 mil empregados domésticos em Hong Kong são da Indonésia (REUTERS/Tyrone Siu)
Da Redação
Publicado em 27 de fevereiro de 2015 às 12h55.
Hong Kong - Uma mulher em Hong Kong foi condenada a seis anos de prisão nesta sexta-feira, acusada de agredir e abusar seriamente de sua empregada, uma imigrante da Indonésia.
O caso gerou grande repercussão pela violência e brutalidade envolvidas e expôs as condições de trabalho vulneráveis dos imigrantes ao redor da Ásia e no Oriente Médio.
Law Wan-tun foi condenada por oito acusações de agressão, danos corporais graves e intimidação criminosa contra Erwiana Sulistyaningsih, 24 anos, que trabalhou na casa de Law por oito meses em 2013 cuidando de seus dois filhos adolescentes.
Quando a sentença foi divulgada, Law não manifestou nenhuma reação. A juíza Amanda Woodcock da Corte Distrital disse que "a gravidade das acusações e as circunstâncias dos abusos resultaram em um tempo apropriado de prisão. Ela demonstrou não ter compaixão e despreza quem considera estar abaixo dela", disse.
O casou ganhou fama quando imagens dos machucados de Erwiana começaram a circular entre indonésios em Hong Kong, mostrando seu rosto, mãos e pernas cobertas de lacerações e crostas. "Eu estou muito feliz porque finalmente ela está na prisão, mesmo que apenas por seis anos. Para mim, finalmente a justiça foi feita", disse à repórteres.
Erwiana teve os dentes quebrados, machucados pelo corpo todo e golpes na cabeça desferidos por Law. Ela também colocou um tubo de aspirador de pó na boca de Erwiana, que não recebia comida e passava fome.
Mais da metade dos 330 mil empregados domésticos em Hong Kong são da Indonésia, na maioria mulheres, que ganham um salário mínimo de $ 500.
A juíza criticou as leis do governo de Hong Kong que demandam que as empregadas domésticas vivam na casa de seus empregadores, o que contribui para os casos de abuso.