Mundo

Mugabe é orientado a renunciar antes de processo de impeachment

Mesmo após expirar o prazo para que ele se retire do cargo, Mugabe não deu sinal de que renunciará

Mugabe comandou o Zimbábue desde sua independência, em 1980 (Philimon Bulawayo/Reuters)

Mugabe comandou o Zimbábue desde sua independência, em 1980 (Philimon Bulawayo/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 21 de novembro de 2017 às 12h05.

Harare - O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, enfrentará o início de um processo de impeachment nesta terça-feira e deveria ouvir o apelo de seu povo para que renuncie, disse Emmerson Mnangagwa, candidato do partido governista para substituí-lo.

A União Nacional Africana do Zimbábue - Frente Patriótica(Zanu-PF, na sigla em inglês) planeja apresentar a moção ao Parlamento, depois que o prazo para que o líder de 93 anos se retirasse do cargo expirou ao meio-dia de segunda-feira.

Mugabe comandou o Zimbábue desde sua independência, em 1980, mas está testemunhando a rápida erosão de seu poder. Ele venceu várias eleições, mas é visto por muitos na África e em outros lugares como um líder que prejudicou sua nação ao se manter no poder por tempo demais.

Mugabe não deu sinal de que renunciará. Ele convocou a reunião semanal de seu gabinete nesta terça-feira, que seria a primeira vez em que seus ministros o encontrariam desde que os militares assumiram o poder na semana passada.

Entretanto, fontes informaram nesta terça-feira que apenas cinco ministros do gabinete e o procurador-geral compareceram à reunião, enquanto 17 outros escolheram participar de um encontro para planejar o impeachment do líder de 93 anos.

"O povo do Zimbábue falou com uma só voz, e é meu apelo ao presidente Mugabe que ele deveria prestar atenção neste chamado... para renunciar de forma que o país possa seguir adiante e preservar seu legado", disse Mnangagwa, em comunicado.

O Exército assumiu o poder no Zimbábue porque Mugabe demitiu Mnangagwa para abrir caminho na Presidência para sua esposa, Grace, que é impopular entre muitos zimbabuanos. Em setembro, a Reuters noticiou que Mnangagwa estava planejando suceder Mugabe com apoio do Exército à frente de uma ampla coalizão.

O plano almejava estabelecer um governo de união nacional interino que teria a aprovação da maior parte da comunidade internacional e permitiria o reatamento do Zimbábue com o mundo exterior. Seu principal objetivo era estabilizar a economia.

O ex-vice-presidente foi um assessor crucial de Mugabe durante décadas e é acusado de participar da repressão de zimbabuanos que desafiavam o líder.

Mnangagwa disse ter fugido do Zimbábue porque foi ameaçado de morte depois de ter sido removido do partido governista. Ele acrescentou que manteve contato com Mugabe e que foi convidado a voltar ao país, mas que não retornará até que sua segurança seja garantida.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaPolíticaZimbábue

Mais de Mundo

Violência após eleição presidencial deixa mais de 20 mortos em Moçambique

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia