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Mudança política em Mianmar é insuficiente, diz Nobel da paz

Opositora e prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi advertiu de que mudanças políticas registradas até agora em seu país não são suficientes


	Aung San Suu Kyi em 10 de maio de 2013 em Yangun: "houve mudanças em Mianmar, mas não tantas como alguns acreditam", disse
 (Ye Aung Thu/AFP)

Aung San Suu Kyi em 10 de maio de 2013 em Yangun: "houve mudanças em Mianmar, mas não tantas como alguns acreditam", disse (Ye Aung Thu/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2013 às 13h27.

Luxemburgo - A opositora birmanesa e prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi advertiu a comunidade internacional nesta segunda-feira de que as mudanças políticas registradas até agora em seu país não são suficientes e ressaltou a necessidade da Constituição ser modificada para que haja uma verdadeira democratização.

"Houve mudanças em Mianmar, mas não tantas como alguns acreditam", disse Suu Kyi em um encontro com um grupo de jornalistas em Luxemburgo, cidade na qual participou de um almoço de trabalho com os ministro das Relações Exteriores da União Europeia (UE).

A parlamentar birmanesa, que amanhã será agraciada em Estrasburgo com o prêmio Sakharov à Liberdade de Consciência por parte do Parlamento Europeu, que foi concedido há 23 anos, voltou a pedir hoje o apoio da UE para avançar rumo à democracia em seu país.

Suu Kyi reivindicou à Europa e ao resto do potências uma mensagem "sem ambiguidades" a favor da reforma da Constituição birmanesa, que outorga ainda poderes chave ao Exército e que restringe as possibilidades políticas das mulheres e da oposição.

Entre outros pontos, a oposição critica a impossibilidade de modificar a Carta Magna sem o apoio do Exército, que nomeia diretamente um quarto do Parlamento, e a impossibilidade de quem não tenha experiência militar de chegar à presidência.

"Gostaríamos que a UE e a comunidade internacional em geral fossem conscientes da necessidade de emendar a constituição", ressaltou Suu Kyi, que insistiu sobre a "urgência" dessas remodelações, especialmente de cara às eleições de 2015.

"As emendas da Constituição são absolutamente necessárias se for haver um processo de democratização", insistiu.

Suu Kyi assegurou que as mensagens da comunidade internacional serão fundamentais para empurrar o atual Governo nessa direção e sair de uma situação atual que qualificou de "inaceitável".

A UE respondeu às reformas políticas dos últimos anos em Mianmar e à libertação de presos políticos, como a própria Suu Kyi, levantando todas as sanções que tinha imposto ao país, com exceção de um embargo de armas.

Em novembro, Bruxelas e as autoridades birmanesas celebrarão um grupo de trabalho com o qual a UE pretende impulsionar seu apoio político e econômico ao país, que já se reforçou de forma importante em resposta ao processo de reconciliação iniciado .

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