Muçulmanos belgas se comovem após incêndio em mesquita
O incêndio poderia estar vinculado ao conflito sírio e às tensões entre xiitas e sunitas
Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2014 às 13h58.
Bruxelas - A comunidade muçulmana da Bélgica estava comovida nesta terça-feira pela morte de um imã no incêndio criminoso de sua mesquita, que poderia estar vinculado ao conflito sírio e às tensões entre xiitas e sunitas.
As autoridades belgas tentavam determinar porque um homem que se declara muçulmano jogou gasolina e ateou fogo em uma mesquita de Anderlecht, um bairro popular de Bruxelas, na segunda-feira à noite.
O incêndio se espalhou rapidamente pelo edifício e o imã, de 46 anos e pai de quatro filhos, morreu intoxicado, segundo fiéis. Outros dois homens ficaram feridos.
O suspeito, que foi detido no local do incidente, entrou na mesquita "exclamando palavras vinculadas ao conflito sírio", declarou a ministra do Interior, Joëlle Milquet. "Seria um problema entre sunitas e xiitas. Mas me mantenho prudente porque a justiça ainda precisa confirmar uma série de coisas", acrescentou.
As tensões entre as duas grandes famílias do Islã cresceram nos últimos meses em vários países de maioria muçulmana, como Iraque e Iêmen.
A mesquita de Rida, instalada em um edifício residencial em uma rua tranquila, é um dos quatro centros de confissão xiita em Bruxelas, cidade onde a maioria dos muçulmanos é sunita e onde as duas comunidades vivem juntas normalmente sem confrontos.
O suspeito, de cerca de 30 anos, não havia sido formalmente identificado nesta terça-feira por ter apresentado três identidades diferentes e ter indicado que estava na Bélgica de forma ilegal.
Segundo os primeiros elementos da investigação, este homem armado com um machado e uma faca "teria entrado com uma mochila" às 18h45 na mesquita, "jogado gasolina em vários lugares e ateado fogo", explicou o porta-voz da promotoria, Jean-Marc Meiller, à imprensa.
"Declarou que era muçulmano", acrescentou, e indicou que os motivos ainda não eram conhecidos.
O imã que morreu no incêndio, Adallah Dadou, era "um homem querido por todos", "aberto, bem integrado e sorridente", segundo um fiel da mesquita, Abdel Abouzeyneb, de 39 anos.
A situação era tranquila nesta terça-feira ao meio-dia diante da mesquita, protegida pela polícia e observada por alguns curiosos, constatou um jornalista da AFP.
Nas horas seguintes ao incêndio, representantes xiitas fizeram apelos para evitar qualquer episódio de violência, ao mesmo tempo em que acusaram o movimento salafista sunita, baseando-se em testemunhos de pessoas que presenciaram os fatos. Alguns denunciaram "o discurso de ódio pregado em algumas mesquitas" salafistas da capital belga.
A vice-presidente do Executivo dos muçulmanos da Bélgica, Isabelle Praile, que é xiita, pediu às autoridades religiosas e políticas que acalmassem os ânimos e reforçassem a segurança. "O sentimento de insegurança dos xiitas foi avivado", indicou, dizendo temer mais incidentes.
A ministra do Interior, Milquet, anunciou que "serão tomadas medidas" porque "a Bélgica não pode tolerar este tipo de atos".
A mesquita de Rida já havia sido colocada sob proteção da polícia em 1997 após receber ameaças.
Bruxelas - A comunidade muçulmana da Bélgica estava comovida nesta terça-feira pela morte de um imã no incêndio criminoso de sua mesquita, que poderia estar vinculado ao conflito sírio e às tensões entre xiitas e sunitas.
As autoridades belgas tentavam determinar porque um homem que se declara muçulmano jogou gasolina e ateou fogo em uma mesquita de Anderlecht, um bairro popular de Bruxelas, na segunda-feira à noite.
O incêndio se espalhou rapidamente pelo edifício e o imã, de 46 anos e pai de quatro filhos, morreu intoxicado, segundo fiéis. Outros dois homens ficaram feridos.
O suspeito, que foi detido no local do incidente, entrou na mesquita "exclamando palavras vinculadas ao conflito sírio", declarou a ministra do Interior, Joëlle Milquet. "Seria um problema entre sunitas e xiitas. Mas me mantenho prudente porque a justiça ainda precisa confirmar uma série de coisas", acrescentou.
As tensões entre as duas grandes famílias do Islã cresceram nos últimos meses em vários países de maioria muçulmana, como Iraque e Iêmen.
A mesquita de Rida, instalada em um edifício residencial em uma rua tranquila, é um dos quatro centros de confissão xiita em Bruxelas, cidade onde a maioria dos muçulmanos é sunita e onde as duas comunidades vivem juntas normalmente sem confrontos.
O suspeito, de cerca de 30 anos, não havia sido formalmente identificado nesta terça-feira por ter apresentado três identidades diferentes e ter indicado que estava na Bélgica de forma ilegal.
Segundo os primeiros elementos da investigação, este homem armado com um machado e uma faca "teria entrado com uma mochila" às 18h45 na mesquita, "jogado gasolina em vários lugares e ateado fogo", explicou o porta-voz da promotoria, Jean-Marc Meiller, à imprensa.
"Declarou que era muçulmano", acrescentou, e indicou que os motivos ainda não eram conhecidos.
O imã que morreu no incêndio, Adallah Dadou, era "um homem querido por todos", "aberto, bem integrado e sorridente", segundo um fiel da mesquita, Abdel Abouzeyneb, de 39 anos.
A situação era tranquila nesta terça-feira ao meio-dia diante da mesquita, protegida pela polícia e observada por alguns curiosos, constatou um jornalista da AFP.
Nas horas seguintes ao incêndio, representantes xiitas fizeram apelos para evitar qualquer episódio de violência, ao mesmo tempo em que acusaram o movimento salafista sunita, baseando-se em testemunhos de pessoas que presenciaram os fatos. Alguns denunciaram "o discurso de ódio pregado em algumas mesquitas" salafistas da capital belga.
A vice-presidente do Executivo dos muçulmanos da Bélgica, Isabelle Praile, que é xiita, pediu às autoridades religiosas e políticas que acalmassem os ânimos e reforçassem a segurança. "O sentimento de insegurança dos xiitas foi avivado", indicou, dizendo temer mais incidentes.
A ministra do Interior, Milquet, anunciou que "serão tomadas medidas" porque "a Bélgica não pode tolerar este tipo de atos".
A mesquita de Rida já havia sido colocada sob proteção da polícia em 1997 após receber ameaças.