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Muçulmano de 10 anos erra palavra e escola chama polícia

Menino queria escrever que mora em uma casa com 'terraço', mas em vez disso, escreveu 'terrorista'

Correção pesada: menino queria escrever que mora em uma casa com 'terraço', mas escreveu 'terrorista' (Thinckstock)

Vanessa Barbosa

Publicado em 20 de janeiro de 2016 às 17h05.

São Paulo - Quem nunca errou a grafia de uma palavra nas aulas de português na escola? Mas um erro bobo como esse custou muito caro a um menino muçulmano de 10 anos no Reino Unido .

A criança, que mora no condado de Lancashire, na Inglaterra, se confundiu durante a aula de língua inglesa e ao invés de escrever que mora numa "casa com terraço" ("terrace house", em inglês), ele escreveu que mora numa "casa terrorista" ("terrorist house").

Seus professores não sabiam que se tratava de um erro de ortografia e 'denunciaram' o menino à polícia, relata o jornal The Guardian.

Ao agir dessa forma, eles seguiam uma lei antiterrorista e de segurança de 2015, que estabelece que os professores são obrigados a alertar as autoridades sobre qualquer comportamento suspeito terrorista.

Como resultado, a criança não só foi interrogada pela polícia, mas também teve sua casa investigada e um laptop da família apreendido.

Mas tudo não passou de um simples erro de grafia. A família do menino exigiu que a escola e a polícia se retratassem, de acordo com a BBC.

"Ele agora está com medo"

Um primo do menino, cuja identidade foi protegida, disse à BBC que inicialmente pensou que era tudo uma "piada".

"Você pode imaginar isso acontecendo com um homem de 30 anos de idade, mas não com uma criança", disse ele.

"Se o professor tivesse quaisquer preocupações, deveria ter sido sobre a sua ortografia", acrescentou, pontuando logo em seguida: "Eles não deveriam fazer uma criança passar por isso. Ele agora está com medo de escrever, de usar sua imaginação".

São Paulo - O pequeno sírio Gays Cardak, de apenas 6 anos, sonha reconstruir o seu país. Em uma biblioteca no campo de refugiados em Yayladagi, na fronteira turco-síria, ele mostra o seu desenho — um homenzinho de braços grandes e abertos. "Eu vou ser médico e engenheiro. Nós, os engenheiros, vamos reconstruir a Síria , e eu vou levar os (soldados) para o hospital", disse Cardak. No mês de dezembro, o fotógrafo da agência Reuters Umit Bektas visitou dois campos de refugiados na Turquia. Nesses abrigos improvisados, crianças e jovens sírios convivem constantemente com sentimentos de separação, saudades da terra natal e os traumas da guerra que os tirou, à força, tão cedo de casa. Desenhar e escrever é uma forma de expurgar os fantasmas. E o fotógrafo registrou estes momentos, que revelam um sonho comum — o retorno à Síria , são e salvos. Veja nas imagens.
  • 2. Medo

    2 /12(REUTERS/Umit Bektas)

  • Veja também

    Nesta imagem, a pequena refugiada síria Tesnim Faydo, de 8 anos, mostra seu desenho de uma mãe chorando por sua filha ferida. Faydo está com seus amigos em Yayladagi, um campo de refugiados na província de Hatay, perto da fronteira turco-síria.
  • 3. Saudade

    3 /12(REUTERS/Umit Bektas)

  • Em seu desenho, a menina Meryem Mahmo, de 14 anos, retrata seu antigo lar e escreve: "Eu quero minha casa. Eu sinto sua falta, Síria."
  • 4. Sonho comum

    4 /12(REUTERS/Umit Bektas)

    Abdullah El-Omer, de 15 anos, faz o mesmo pedido: "Eu quero um fim à guerra na Síria", diz o cartaz que segura na barbearia em que trabalha no campo de refugiados em Midyat, na província de Mardin, Turquia.
  • 5. "Vamos viver feliz"

    5 /12(REUTERS/Umit Bektas)

    Kamer Topalca, de 18 anos, escreveu esta mensagem: "Meu Deus nos salve. Vamos retornar seguros à nossa pátria. Vamos viver feliz.". Ela agora vive em Yayladagi, campo de refugiados na província de Hatay, perto da fronteira turco-síria.
  • 6. Identidade

    6 /12(REUTERS/Umit Bektas)

    O adolescente Mustafa Halabi, de 16 anos, segura um cartaz com o seguinte recado em árabe: "Eu sou sírio e eu quero voltar para a Síria". Ele está em em Nizip, no campo de refugiados na província de Gaziantep, Turquia.
  • 7. Deus é...

    7 /12(REUTERS/Umit Bektas)

    Este desenho, que mostra uma casa cercada de flores e três pessoas, é de Islem Halife, uma menina de 11 anos que vive em Nizip, campo de refugiados na província de Gaziantep. A frase curta no meio do desenho significa "Deus é grande".
  • 8. Apelo

    8 /12(REUTERS/Umit Bektas)

    "O meu pedido é para você, certifique-se de que podemos voltar à nossa pátria, com o fim da guerra e dos ataques; certifique-se de que podemos viver em paz, sem medo e longe de ataques. Envie-nos de volta à nossa pátria", apela a refugiada síria Esma El-Guriya, de 18 anos.
  • 9. Lar desfeito

    9 /12(REUTERS/Umit Bektas)

    Ao lado da mãe e de seus dois irmãos, Ahmet Cemal, de 12 anos, mostra um desenho da casa onde morava com a família na Síria. Ele também está em Nizip, campo de refugiados na província de Gaziantep, Turquia.
  • 10. Alá

    10 /12(REUTERS)

    De dentro do campo de refugiados em Gaziantep, Turquia, a síria Rahaf Kahya, de anos 13, segura o papel com a escrita em árabe que diz: " Não há nenhum deus, somente Alá, e Maomé é o mensageiro de Alá. Síria livre".
  • 11. Lembranças

    11 /12(REUTERS/Umit Bektas)

    Em sua tenda no campo de refugiados, a jovem síria Hale Selim, de 13 anos, mostra o desenho de sua antiga casa na Síria. A saudade é constante.
  • 12. Tensões

    12 /12(Bulent Kilic/AFP)

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