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Mpox tem vacina? Saiba como se proteger e quais os sintomas da doença

No Brasil, as vacinas já estão sendo aplicadas a grupos de maior risco, mas não se sabe ao certo sua proteção sobre a nova cepa

Reprodução: OMS (OMS/Reprodução)

Publicado em 20 de agosto de 2024 às 09h53.

Última atualização em 20 de agosto de 2024 às 10h20.

No último dia 14, em reunião com Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a mpox , também conhecida como Varíola dos Macacos, de interesse internacional. Trata-se de uma doença causada pelo vírus da família Poxviridae, o mesmo grupo que inclui o vírus da varíola humana. Identificada pela primeira vez em humanos na década de 1970, a mpox é endêmica em algumas regiões da África, especialmente na África Central e Ocidental.

O vírus é transmitido principalmente através do contato direto com lesões cutâneas, fluidos corporais ou gotículas respiratórias de indivíduos infectados, além de poder ser transmitido por objetos contaminados. A doença geralmente se manifesta com febre, dores musculares, fadiga e erupções cutâneas, características que podem evoluir para lesões mais graves. Embora a maioria dos casos seja autolimitada, com sintomas leves a moderados, a mpox pode ser fatal, especialmente em populações vulneráveis.

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Em 2022, a mpox ganhou destaque global ao se espalhar para além das regiões endêmicas, afetando países em todos os continentes, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma emergência de saúde pública de importância internacional. Durante esse surto, a doença foi associada a novas vias de transmissão, incluindo o contato sexual, o que facilitou sua disseminação em comunidades antes não afetadas.

Por que a mpox voltou a preocupar?

A nova cepa do vírus, denominada Clado 1b, pertence à linhagem Clado 1, que é conhecida por sua maior letalidade e por ser endêmica na África Central. Diferente do Clado 2, responsável pela propagação global de 2022, o Clado 1b apresenta mutações que facilitam sua transmissão, incluindo a transmissão sexual, o que aumenta o risco de propagação internacional.

A mpox, ou Varíola dos Macacos, no Brasil

No Brasil foram registrados 709 casos confirmados ou suspeitos de mpox em 2024, segundo o Ministério da Saúde. O número é menor que o total de 2022, quando houve um surto da doença no país com mais de 10 mil casos notificados. Ainda de acordo com a pasta, não há óbitos por mpox no Brasil desde abril de 2023. Somando o total de mortes desde 2022, 16 óbitos foram registrados.

Por aqui, as vacinas contra a doença já estão sendo aplicadas a grupos de maior risco, como pessoas que vivem com HIV, mas ainda não se sabe se essas vacinas oferecem proteção eficaz contra a nova cepa Clado 1b. Além das vacinas, a testagem continua sendo uma ferramenta essencial para identificar e isolar casos, evitando a disseminação do vírus.

Um dia depois de a OMS declarar emergência de saúde internacional, a pasta anunciou a instalação do Centro de Operações de Emergência em Saúde para coordenar as ações de resposta à mpox no Brasil. Durante o anúncio, a ministra Nísia Trindade informou sobre a negociação com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) para a aquisição emergencial de 25 mil doses da vacina contra a doença.

Vacinas contra mpox

De acordo com a AFP, especialistas em imunização da OMS recomendam duas vacinas contra a "varíola símia": a MVA-BN, conhecida como Jynneos ou Imvanex e produzida pelo laboratório dinamarquês Bavarian Nordic , e a japonesa LC16.

A porta-voz afirmou que existem 500 mil doses de MVA-BN em estoque, enquanto outros 2,4 milhões de doses poderiam ser produzidas rapidamente, se houver um compromisso por parte dos compradores. Para 2025, poderão ser produzidas mais 10 milhões de doses, mediante solicitação de compra.

"A LC16 é uma vacina que não se comercializa, mas se produz por encomenda do governo do Japão. Há uma reserva considerável desta vacina", acrescentou Margaret Harris à AFP. A OMS está trabalhando com o governo japonês para facilitar as doações, apontou.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, em 2022, a importação e utilização da vacina MVA-BN. Desde então, cerca de 47 mil doses foram recebidas e mais de 29 mil foram aplicadas, segundo o Ministério da Saúde.

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