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MP pede afastamento de prefeito por favorecer Delta

A Delta Construções é suspeita de estar envolvida no esquema de desvio de recursos públicos de Carlinhos Cachoeira

Amigo de Cachoeira, o prefeito foi padrinho de casamento do contraventor (Roosewelt Pinheiro/Abr)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2012 às 22h37.

Brasília - O Ministério Público do Estado de Goiás pediu nesta sexta o afastamento do prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), por improbidade administrativa. Segundo o MP, ele é suspeito de favorecer a Delta Construções, envolvida no esquema de desvio de recursos públicos de Carlinhos Cachoeira, em contratos de limpeza urbana. Amigo de Cachoeira, o ex-senador foi padrinho de casamento do contraventor.

Segundo o promotor de Justiça Élvio Vicente, não houve concorrência na licitação e o gestor privilegiou apenas duas empresas - a Delta e a Construtora Almeida Neves. "Com tal conduta omissiva e intencional aceitou, tolerou, facilitou e permitiu o benefício de número restrito de empresas." O prejuízo estimado é de R$ 26 milhões, sendo que R$ 14 milhões foram pagos à Delta. O objeto do contrato era a locação de caminhões com motoristas para a limpeza urbana. Para o promotor, o prefeito deveria ter aberto licitação para aquisição de caminhões e não a locação.

As investigações da Polícia Federal mostram que, ao lado de Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta Construções no Centro Oeste, Cachoeira atuava para favorecer a empreiteira no Estado usando a sua rede de influência. Os áudios indicam a proximidade do bicheiro com o prefeito de Aparecida. Em 2008, quando ele venceu as eleições para prefeito, Cachoeira comemora. "O Maguito foi eleito prefeito da segunda maior cidade de Goiás com 80% dos votos", diz ao aliado Mauro Sebben. Na mesma ligação, Cachoeira comenta que "ele ainda manda no banco" quando Sebben pergunta como Maguito poderia ajudar o grupo. Maguito foi vice presidente do Banco do Brasil

Já em 2011, em uma conversa com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), Carlinhos pergunta sobre Maguito. "Acabei de falar com ele. Ele (diz que) cumpriu tudo e não sei o que. É para você ficar tranquilo que já vai começar logo. Falei: "ó...o rapaz está uma onça. Vai explodir. Diz que você não fez nada." Ele disse que fez. É porque os trem demora a acontecer e tal. Deixa ele lá bem tranquilo," responde o senador.

Os áudios também mostram que o prefeito procurou Cachoeira, por meio do senador Demóstenes, para resolver um problema de Aparecida. Segundo o bicheiro, ele "está com medo. Ele (Maguito) não tem controle da situação não. Tem um cara lá que tá pegando demais no pé dele, um tal de Élvio. Só para te falar." Nessa época, Cachoeira e Maguito estavam "de mal", segundo o próprio bicheiro.

Em agosto, Cachoeira fala sobre um projeto para a construção de um aeroporto em Aparecida. O prefeito já teria procurado Demóstenes para mandar dinheiro - R$ 40 milhões - para o projeto. Em conversa com outro aliado, o contraventor busca informações na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre o empreendimento. Ele queria saber se a proposta já tinha sido recebida em Brasília, antes de participar de uma reunião com Maguito e Demóstenes. "Vou chamar você para a gente viabilizar isso aí," afirma Cachoeira.

Por meio da assessoria de imprensa, o prefeito informou que não comenta os áudios das operações porque não há nada que o envolva. Maguito afirma que não cometeu nenhuma ilegalidade, que o contrato da Delta é legal e que a empresa venceu a concorrência pelo menor preço. Sobre o aeroporto, Maguito informou que o projeto será tocado pela iniciativa privada.

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Brasília - O Ministério Público do Estado de Goiás pediu nesta sexta o afastamento do prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), por improbidade administrativa. Segundo o MP, ele é suspeito de favorecer a Delta Construções, envolvida no esquema de desvio de recursos públicos de Carlinhos Cachoeira, em contratos de limpeza urbana. Amigo de Cachoeira, o ex-senador foi padrinho de casamento do contraventor.

Segundo o promotor de Justiça Élvio Vicente, não houve concorrência na licitação e o gestor privilegiou apenas duas empresas - a Delta e a Construtora Almeida Neves. "Com tal conduta omissiva e intencional aceitou, tolerou, facilitou e permitiu o benefício de número restrito de empresas." O prejuízo estimado é de R$ 26 milhões, sendo que R$ 14 milhões foram pagos à Delta. O objeto do contrato era a locação de caminhões com motoristas para a limpeza urbana. Para o promotor, o prefeito deveria ter aberto licitação para aquisição de caminhões e não a locação.

As investigações da Polícia Federal mostram que, ao lado de Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta Construções no Centro Oeste, Cachoeira atuava para favorecer a empreiteira no Estado usando a sua rede de influência. Os áudios indicam a proximidade do bicheiro com o prefeito de Aparecida. Em 2008, quando ele venceu as eleições para prefeito, Cachoeira comemora. "O Maguito foi eleito prefeito da segunda maior cidade de Goiás com 80% dos votos", diz ao aliado Mauro Sebben. Na mesma ligação, Cachoeira comenta que "ele ainda manda no banco" quando Sebben pergunta como Maguito poderia ajudar o grupo. Maguito foi vice presidente do Banco do Brasil

Já em 2011, em uma conversa com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), Carlinhos pergunta sobre Maguito. "Acabei de falar com ele. Ele (diz que) cumpriu tudo e não sei o que. É para você ficar tranquilo que já vai começar logo. Falei: "ó...o rapaz está uma onça. Vai explodir. Diz que você não fez nada." Ele disse que fez. É porque os trem demora a acontecer e tal. Deixa ele lá bem tranquilo," responde o senador.

Os áudios também mostram que o prefeito procurou Cachoeira, por meio do senador Demóstenes, para resolver um problema de Aparecida. Segundo o bicheiro, ele "está com medo. Ele (Maguito) não tem controle da situação não. Tem um cara lá que tá pegando demais no pé dele, um tal de Élvio. Só para te falar." Nessa época, Cachoeira e Maguito estavam "de mal", segundo o próprio bicheiro.

Em agosto, Cachoeira fala sobre um projeto para a construção de um aeroporto em Aparecida. O prefeito já teria procurado Demóstenes para mandar dinheiro - R$ 40 milhões - para o projeto. Em conversa com outro aliado, o contraventor busca informações na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre o empreendimento. Ele queria saber se a proposta já tinha sido recebida em Brasília, antes de participar de uma reunião com Maguito e Demóstenes. "Vou chamar você para a gente viabilizar isso aí," afirma Cachoeira.

Por meio da assessoria de imprensa, o prefeito informou que não comenta os áudios das operações porque não há nada que o envolva. Maguito afirma que não cometeu nenhuma ilegalidade, que o contrato da Delta é legal e que a empresa venceu a concorrência pelo menor preço. Sobre o aeroporto, Maguito informou que o projeto será tocado pela iniciativa privada.

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