MP de SP pode investigar sobrinho de Alckmin
Ministério Público de São Paulo deve incluir no inquérito que investiga a máfia da merenda em Pindamonhangaba
Da Redação
Publicado em 18 de janeiro de 2011 às 10h33.
São Paulo - O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) deve incluir no inquérito que investiga a máfia da merenda em Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba, a denúncia revelada ontem pelo Jornal da Tarde de que as refeições fornecidas pela Verdurama eram transportadas pela funerária de Lucas César Ribeiro. Lucas é filho do lobista Paulo César Ribeiro, o Paulão, cunhado do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
A apuração corre sob segredo de Justiça. A promotoria considera a denúncia grave e, se julgar necessário, poderá chamar a depor o agente funerário Vicente Ricardo de Jesus, de 52 anos. Ex-funcionário da funerária de Lucas, Jesus afirmou que, no período em que trabalhou no local, levava merenda para a Verdurama no mesmo veículo que transportava cadáveres. “Todo mundo sabia”, afirmou ele.
Investigada por suspeita de fraude nas licitações e pagamentos de propina a prefeitos paulistas e de outros três Estados, a Verdurama disse “desconhecer o fato” e informou ter contratado outra empresa de Lucas, a CR Transporte e Logística, para o serviço. O MP suspeita que a empresa seja de fachada e que o relato de Jesus seja mais um indício da irregularidade.
A prefeitura de Pindamonhangaba classificou a denúncia como “mentira” e argumentou que a história “não passa de um boato que já foi desmentido”. Procurado em casa e na funerária, por telefone, Lucas não retornou.
Pai de Lucas, Paulão, o pai de Lucas - e irmão da primeira-dama paulista, Lu Alckmin - é apontado como lobista de uma organização que, em troca de contratos para fornecimento de merenda escolar, fazia doações para campanhas eleitorais de prefeitos. Uma suposta planilha de propina apreendida pela promotoria do MPE indicaria o nome do lobista ao lado da quantia de R$ 10 mil e da sigla “V27”, que seria referente a contrato da Verdurama com a prefeitura.
Paulo Ribeiro foi alvo de buscas da promotoria na manhã de 27 de dezembro, quando oficiais da Polícia Militar (PM) do gabinete militar da Procuradoria Geral de Justiça vasculharam sua residência. As informações são do Jornal da Tarde.