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Moscou nega que aviões russos e sírios atacaram comboio

Segundo porta-voz, os especialistas russos "não encontraram nenhum indício do impacto de nenhum tipo de projétil sobre os veículos" da ONU


	Ajuda humanitári: o porta-voz russo garantiu que drones russos escoltaram o comboio até seu destino e depois se retiraram
 (Umit Bektas/Reuters)

Ajuda humanitári: o porta-voz russo garantiu que drones russos escoltaram o comboio até seu destino e depois se retiraram (Umit Bektas/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2016 às 10h08.

Moscou - O governo da Rússia negou nesta terça-feira que seus aviões e os do exército sírio foram responsáveis pelo ataque aéreo ocorrido ontem contra um comboio humanitário da ONU na cidade de Aleppo, no norte da Síria, de acordo com o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.

"A aviação russa e da Síria não atacaram o comboio humanitário da ONU na periferia sudoeste de Aleppo", disse Konashenkov aos veículos de imprensa, depois que os Estados Unidos responsabilizaram a Rússia pelo ataque.

O porta-voz explicou que, ao estudar com atenção as imagens do comboio destruído, os especialistas russos "não encontraram nenhum indício do impacto de nenhum tipo de projétil sobre os veículos" da ONU.

"Não há sinais de cratera e os automóveis também não apresentam danos no chassi como resultado de um choque explosivo", afirmou o general russo, alegando que o comboio não sofreu nenhum ataque aéreo.

O que se vê nas imagens, segundo Konashenkov, "é consequência direta do incêndio da carga, que misteriosamente começou de forma simultânea com a ofensiva das milícias (opositoras) sobre Aleppo".

O porta-voz russo garantiu que drones russos escoltaram o comboio até seu destino e depois se retiraram por se tratar de uma área controlada pela oposição.

De acordo com as últimas informações, mais de 20 pessoas morreram no ataque contra o comboio organizado pelo Crescente Vermelho da Síria e a ONU.

Os Estados Unidos responsabilizaram a Rússia pelo ataque e afirmaram que vão "repensar" se continuarão cooperando com o governo russo, que, na opinião das autoridades americanas, deve demonstrar "rápida e significativamente" que ainda está comprometido com o acordo para um cessar-fogo no país árabe.

"Não sabemos, por enquanto, se o ataque foi dos russos ou do regime (de Bashar al Assad). Em qualquer caso, os russos têm a responsabilidade de não fazer esse tipo de ataques e de evitar que o regime os faça", disse à imprensa um integrante do alto escalão do governo americano.

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