Moscou descarta energias alternativas substituindo a nuclear
País pediu que decisões não sejam tomadas diante do impacto emocional do terremoto japonês
Da Redação
Publicado em 17 de março de 2011 às 14h23.
Moscou - Rússia descartou nesta quinta-feira que as energias alternativas possam substituir a nuclear, enquanto pediu às grandes potências a não tomarem decisões sob o impacto emocional do terremoto do Japão.
"Não se pode considerar que as energias alternativas vão remediar todos os males e permitirão o fim da energia atômica. Isso não vai a ocorrer", afirmou Anatoly Chubais, chefe da Corporação de Nanotecnologia da Rússia, citado pelas agências locais.
Chubais, que liderou durante 10 anos a companhia elétrica nacional, ressaltou que "a magnitude da demanda (de energia) é colossal".
"Nesse sentido, nem no caso do Japão nem no da Alemanha nem no de outros países pode-se levar a sério o fim da energia nuclear a curto e longo prazo", assinalou.
O especialista acrescentou que "é compreensível a febre emocional, já que a tragédia ocorrida no Japão é terrível, mas não se deve traçar a estratégia com base nisso".
O futuro está em desenvolver conjuntamente a energia nuclear, a elétrica e a alternativa, acrescentou.
O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, ordenou nesta semana a revisão do estado das usinas atômicas e as perspectivas do setor, embora descartou que Moscou vá modificar seus planos de desenvolvimento da energia nuclear.
Rússia, que tem 10 centrais operando e três em construção, uma delas flutuante, é uma das potências mundiais do setor, que gera mais de 10% da energia neste país.
Atualmente, engenheiros russos constroem usinas nucleares em vários países do mundo, entre eles Irã (Bushehr) e China (Tianwán).