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Moscou acusa Kiev de ofensiva que matou dez na Ucrânia

"Condenamos a recente escalada dos confrontos que prosseguiram esta noite", declarou a porta-voz da Comissão Europeia, Catherine Ray

Militares da Ucrânia: ao mesmo tempo, a União Europeia condenou o retorno da violência e pediu respeito à trégua que entrou em vigor em fevereiro, mas que tem sido violada diariamente (Ministry of Defense/Facebook)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de agosto de 2015 às 13h45.

A Rússia acusou nesta segunda-feira o exército ucraniano de preparar uma ofensiva no leste da Ucrânia , onde ao menos 10 pessoas, entre elas oito civis, morreram nas últimas 24 horas.

"Estamos preocupados com o curso que está tomando os eventos dos últimos dias, que se parecem muito à preparação de uma ação militar", declarou o ministro russo das Relações Exteriores, Sergueï Lavrov, durante uma coletiva de imprensa em Moscou.

Ao mesmo tempo, a União Europeia condenou o retorno da violência e pediu respeito à trégua que entrou em vigor em fevereiro, mas que tem sido violada diariamente.

"Condenamos a recente escalada dos confrontos que prosseguiram esta noite", declarou a porta-voz da Comissão Europeia, Catherine Ray.

"O mais importante é que as duas partes respeitem plenamente o cessar-fogo e tomem todas as medidas apropriadas para proteger os civis, dentro do pleno respeito à legislação humanitária internacional", acrescentou.

As autoridades ucranianas anunciaram a morte de três civis e dois soldados na zona controlada por Kiev. Cinco civis também faleceram na "capital" rebelde de Donetsk e em Gorlivka, 30 km ao nordeste, bem como quinze feridos.

Entre as vítimas civis do lado ucraniano, duas foram mortas em bombardeios no domingo à noite em Sartana, subúrbio do porto estratégico de Mariupol. Localizado nas margens do Mar de Azov, Mariupol é a última grande cidade do leste sob controle de Kiev.

Moradores locais disseram que um jovem casal que havia fugido de Lugansk, centro regional vizinho controlado por separatistas, foi morto por um morteiro. Eles tinham um filho.

Um jornalista da AFP viu dezenas de edifícios danificados por estilhaços e uma casa cujo telhado foi quase totalmente destruído.

"Nós estávamos em casa com as crianças e ouvimos o apito dos morteiros", relatou à AFP um habitante, Lyubov.

"Nós decidimos ir para o porão, mas aconteceu uma explosão. Quando recuperamos a consciência, percebemos que estávamos vivos", disse.

Os observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) implantados na área estavam presentes nesta manhã em Sartana.

Apesar da trégua oficialmente em vigor, os confrontos se intensificaram nos últimos dias na zona de conflito entre o exército ucraniano e os rebeldes pró-russos. Em 16 meses de disputa no leste da Ucrânia, mais de 6.800 pessoas perderam a vida.

E as negociações de paz que continuam em Minsk com a mediação da OSCE não parece avançar.

"A situação no leste da Ucrânia é explosiva", afirmou o chefe da diplomacia alemã, Frank-Walter Steinmeier, em uma entrevista com a imprensa alemã publicada no domingo.

"Se ambas as partes não retomarem o processo de paz, podemos nos encontrar mais uma vez diante de uma escalada militar", alertou.

Kiev teme, por sua vez, uma nova ofensiva separatista em torno de 24 de agosto, o dia da independência desta antiga república soviética.

No final de agosto de 2014, as forças rebeldes, apoiadas por tropas regulares russas, tinham cercado um grande grupo de soldados ucranianos perto da cidade de Ilovaïsk, sudeste de Donetsk, e o exército ucraniano perdeu, de acordo com Kiev, 366 de seus combatentes em alguns dias.

A derrota do Ilovaïsk tornou-se o pior tragédia sofrida pelas forças de Kiev nesta guerra.

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A Rússia acusou nesta segunda-feira o exército ucraniano de preparar uma ofensiva no leste da Ucrânia , onde ao menos 10 pessoas, entre elas oito civis, morreram nas últimas 24 horas.

"Estamos preocupados com o curso que está tomando os eventos dos últimos dias, que se parecem muito à preparação de uma ação militar", declarou o ministro russo das Relações Exteriores, Sergueï Lavrov, durante uma coletiva de imprensa em Moscou.

Ao mesmo tempo, a União Europeia condenou o retorno da violência e pediu respeito à trégua que entrou em vigor em fevereiro, mas que tem sido violada diariamente.

"Condenamos a recente escalada dos confrontos que prosseguiram esta noite", declarou a porta-voz da Comissão Europeia, Catherine Ray.

"O mais importante é que as duas partes respeitem plenamente o cessar-fogo e tomem todas as medidas apropriadas para proteger os civis, dentro do pleno respeito à legislação humanitária internacional", acrescentou.

As autoridades ucranianas anunciaram a morte de três civis e dois soldados na zona controlada por Kiev. Cinco civis também faleceram na "capital" rebelde de Donetsk e em Gorlivka, 30 km ao nordeste, bem como quinze feridos.

Entre as vítimas civis do lado ucraniano, duas foram mortas em bombardeios no domingo à noite em Sartana, subúrbio do porto estratégico de Mariupol. Localizado nas margens do Mar de Azov, Mariupol é a última grande cidade do leste sob controle de Kiev.

Moradores locais disseram que um jovem casal que havia fugido de Lugansk, centro regional vizinho controlado por separatistas, foi morto por um morteiro. Eles tinham um filho.

Um jornalista da AFP viu dezenas de edifícios danificados por estilhaços e uma casa cujo telhado foi quase totalmente destruído.

"Nós estávamos em casa com as crianças e ouvimos o apito dos morteiros", relatou à AFP um habitante, Lyubov.

"Nós decidimos ir para o porão, mas aconteceu uma explosão. Quando recuperamos a consciência, percebemos que estávamos vivos", disse.

Os observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) implantados na área estavam presentes nesta manhã em Sartana.

Apesar da trégua oficialmente em vigor, os confrontos se intensificaram nos últimos dias na zona de conflito entre o exército ucraniano e os rebeldes pró-russos. Em 16 meses de disputa no leste da Ucrânia, mais de 6.800 pessoas perderam a vida.

E as negociações de paz que continuam em Minsk com a mediação da OSCE não parece avançar.

"A situação no leste da Ucrânia é explosiva", afirmou o chefe da diplomacia alemã, Frank-Walter Steinmeier, em uma entrevista com a imprensa alemã publicada no domingo.

"Se ambas as partes não retomarem o processo de paz, podemos nos encontrar mais uma vez diante de uma escalada militar", alertou.

Kiev teme, por sua vez, uma nova ofensiva separatista em torno de 24 de agosto, o dia da independência desta antiga república soviética.

No final de agosto de 2014, as forças rebeldes, apoiadas por tropas regulares russas, tinham cercado um grande grupo de soldados ucranianos perto da cidade de Ilovaïsk, sudeste de Donetsk, e o exército ucraniano perdeu, de acordo com Kiev, 366 de seus combatentes em alguns dias.

A derrota do Ilovaïsk tornou-se o pior tragédia sofrida pelas forças de Kiev nesta guerra.

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