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Morsi é acusado de atuar com Hamas para fugir da prisão

Anúncio, que deve abrir caminho para indiciamento formal, foi primeira informação a respeito do status jurídico de Mursi desde que ele foi deposto por militares

A Irmandade nega as acusações e afirma que elas têm motivação política. Nesta sexta-feira, um porta-voz do grupo islamita disse que a ação para julgar Mursi mostra "a total falência dos líderes do golpe sangrento" (Abdallah Dalsh/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 26 de julho de 2013 às 15h36.

Cairo - A promotoria do Egito abriu uma investigação sobre o ex-presidente Mohamed Mursi por assassinato e conspiração com o grupo palestino Hamas, elevando ainda mais as tensões no país. Dezenas de milhares de partidários dos militares e apoiadores de Mursi realizaram grandes manifestações nesta sexta-feira em todo o Egito.

O anúncio, que deve abrir caminho para um indiciamento formal, foi a primeira informação a respeito do status jurídico de Mursi desde que ele foi deposto pelos militares, no dia 3 de julho. Há mais de três semanas o líder islamita é mantido pelos militares num local secreto e está incomunicável.

As acusações estão relacionadas a uma fuga da prisão durante o levante de 2011 contra o então presidente Hosni Mubarak, quando homens armados atacaram uma prisão a noroeste do Cairo, libertando prisioneiros, dentre eles Mursi e cerca de outras 30 pessoas da Irmandade Muçulmana. A promotoria afirma que Mursi e a Irmandade trabalharam com o Hamas para realizar a ação, durante a qual 14 guardas foram mortos.

A Irmandade nega as acusações e afirma que elas têm motivação política. Nesta sexta-feira, um porta-voz do grupo islamita disse que a ação para julgar Mursi mostra "a total falência dos líderes do golpe sangrento".

Os egípcios "rejeitam a volta da polícia ditatorial do Estado e de toda a repressão, tirania e roubo que isso implica", declarou Ahmed Aref em comunicado.

O anúncio foi feito no dia em que grandes grupos de pessoas se dirigiram para as principais praças do Cairo e de outras cidades em apoio aos militares, depois de o chefe do Exército, general Abdel-Fattah el-Sissi ter convocado as manifestações.

El-Sissi disse, dias antes, que esperava que a enorme participação popular desse a ele um mandato para interromper "a violência e o terrorismo", aumentando as especulações de que ele estaria planejando reprimir os manifestantes pró-Mursi.

Ao mesmo tempo, multidões de partidários de Mursi realizaram suas próprias manifestações. A Irmandade e seus aliados disseram que seriam os maiores protestos realizados até agora para exigir a volta do presidente.

As demonstrações de força apenas aprofundaram das divisões internas desde a queda de Mursi e elevaram muito o medo da violência. No meio da tarde desta sexta-feira, confrontos e brigas aconteciam entre partidários dos militares e de Mursi nas cidades costeiras de Alexandria e Damietta, e também num bairro do Cairo, deixando 18 feridos, segundo o porta-voz do Ministério da Saúde, Khaled el-Khateeb.

Fonte: Associated Press.

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Cairo - A promotoria do Egito abriu uma investigação sobre o ex-presidente Mohamed Mursi por assassinato e conspiração com o grupo palestino Hamas, elevando ainda mais as tensões no país. Dezenas de milhares de partidários dos militares e apoiadores de Mursi realizaram grandes manifestações nesta sexta-feira em todo o Egito.

O anúncio, que deve abrir caminho para um indiciamento formal, foi a primeira informação a respeito do status jurídico de Mursi desde que ele foi deposto pelos militares, no dia 3 de julho. Há mais de três semanas o líder islamita é mantido pelos militares num local secreto e está incomunicável.

As acusações estão relacionadas a uma fuga da prisão durante o levante de 2011 contra o então presidente Hosni Mubarak, quando homens armados atacaram uma prisão a noroeste do Cairo, libertando prisioneiros, dentre eles Mursi e cerca de outras 30 pessoas da Irmandade Muçulmana. A promotoria afirma que Mursi e a Irmandade trabalharam com o Hamas para realizar a ação, durante a qual 14 guardas foram mortos.

A Irmandade nega as acusações e afirma que elas têm motivação política. Nesta sexta-feira, um porta-voz do grupo islamita disse que a ação para julgar Mursi mostra "a total falência dos líderes do golpe sangrento".

Os egípcios "rejeitam a volta da polícia ditatorial do Estado e de toda a repressão, tirania e roubo que isso implica", declarou Ahmed Aref em comunicado.

O anúncio foi feito no dia em que grandes grupos de pessoas se dirigiram para as principais praças do Cairo e de outras cidades em apoio aos militares, depois de o chefe do Exército, general Abdel-Fattah el-Sissi ter convocado as manifestações.

El-Sissi disse, dias antes, que esperava que a enorme participação popular desse a ele um mandato para interromper "a violência e o terrorismo", aumentando as especulações de que ele estaria planejando reprimir os manifestantes pró-Mursi.

Ao mesmo tempo, multidões de partidários de Mursi realizaram suas próprias manifestações. A Irmandade e seus aliados disseram que seriam os maiores protestos realizados até agora para exigir a volta do presidente.

As demonstrações de força apenas aprofundaram das divisões internas desde a queda de Mursi e elevaram muito o medo da violência. No meio da tarde desta sexta-feira, confrontos e brigas aconteciam entre partidários dos militares e de Mursi nas cidades costeiras de Alexandria e Damietta, e também num bairro do Cairo, deixando 18 feridos, segundo o porta-voz do Ministério da Saúde, Khaled el-Khateeb.

Fonte: Associated Press.

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