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Morrem 3 no leste da Ucrânia; Putin alerta para "abismo"

Incidente foi o mais violento em dez dias de rebelião pró-russa no leste da Ucrânia


	Putin: "Em vez de perceberem que há algo errado com o governo ucraniano e tentar um diálogo, eles fizeram mais ameaças de força... Esse é outro gravíssimo crime cometido pelos atuais líderes de Kiev"
 (REUTERS/Alexei Nikolskyi/RIA Novosti/Kremlin)

Putin: "Em vez de perceberem que há algo errado com o governo ucraniano e tentar um diálogo, eles fizeram mais ameaças de força... Esse é outro gravíssimo crime cometido pelos atuais líderes de Kiev" (REUTERS/Alexei Nikolskyi/RIA Novosti/Kremlin)

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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2014 às 13h02.

Mariupol - Separatistas atacaram uma base da guarda nacional ucraniana na madrugada de quinta-feira, e Kiev disse que três deles morreram, no mais violento incidente em dez dias de rebelião pró-russa no leste da Ucrânia, ofuscando negociações que buscam resolver o conflito.

Diplomatas ucranianos, russos e ocidentais estão em Genebra para dialogar, mas há pouca expectativa de qualquer avanço na solução de um conflito no qual militantes armados tomaram pedaços inteiros do leste da Ucrânia, enquanto Moscou reúne dezenas de milhares de soldados na fronteira.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou as autoridades provisórias da Ucrânia de mergulharem o país em um "abismo". No mês passado, Putin entrou em atrito com o Ocidente ao anexar a região ucraniana da Crimeia, habitada majoritariamente por cidadãos de etnia russa. Kiev agora diz temer que o Kremlin use qualquer violência no leste da Ucrânia como pretexto para invadir o país.

"Em vez de perceberem que há algo errado com o governo ucraniano e tentar um diálogo, eles fizeram mais ameaças de força... Esse é outro gravíssimo crime cometido pelos atuais líderes de Kiev", disse Putin num evento anual em que responde a perguntas de populares pela TV.

"Espero que eles possam perceber que pena, para que abismo as atuais autoridades estão arrastando o país", disse Putin, que descreveu como "lixo" as acusações de que agentes russos estariam agindo clandestinamente no leste ucraniano.

No quartel da guarda nacional em Mariupol, havia claros indícios de que o prédio havia sido atacado. Um solitário jipe cinza da polícia estava na quinta-feira dentro do terreno, com janelas quebradas, pneus furados e portas amassadas. Os portões do terreno haviam sido derrubados. Ainda havia cápsulas de arma de fogo nos arredores, e várias bombas incendiárias não usadas.


"Eles chegaram por volta de 20h15 (14h15 em Brasília), exigindo que entregássemos nossas armas e aderíssemos ao povo. Havia algumas mulheres com eles, mas aí elas foram embora", disse o major Oleksandr Kolesnichenko, subcomandante da base.

"Aí usaram um caminhão para derrubar o portão. Havia alguns tiros vindo de lá. Não consegui ver quem atirava - estava escuro", disse ele. "Primeiro atiramos para o alto. Aí fizemos disparos de advertência depois que eles entraram no terreno. Não tivemos baixas. Estamos a salvo." Um representante dos separatistas, que se identificou apenas como Sergei, disse que houve uma manifestação pacífica no quartel.

Já o ministro ucraniano do Interior, Arsen Avakov, disse que um grupo armado com cerca de 300 separatistas atacou a base com armas e bombas incendiárias. Três separatistas morreram e 13 ficaram feridos, segundo ele. Nenhum guarda se feriu.

Os novos confrontos ocorrem horas depois do desastrado final de uma modesta operação militar ucraniana que tentava retomar territórios dos separatistas, na quarta-feira. Recusando-se a abrir fogo contra os rebeldes, os militares se bandearam para o lado pró-russo.

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