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Morre dirigente comunista espanhol Santiago Carrillo

Carrillo é considerado um dos artífices da transição espanhola à democracia após ficar 38 anos no exílio

O ex-líder comunista espanhol, Santiago Carrillo: o histórico dirigente comunista, que abandonou o PCE em 1985, dedicou seus últimos anos a escrever livros e artigos e a dar palestras (Junge, Peter Heinz/ Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2012 às 15h54.

Madri - O histórico dirigente do Partido Comunista da Espanha (PCE) Santiago Carrillo faleceu nesta terça-feira em sua residência em Madri, aos 97 anos, informaram à Agência Efe fontes de sua família.

Carrillo é considerado um dos artífices da transição espanhola à democracia após ficar 38 anos no exílio após a guerra civil (1936-1939) e a posterior ditadura do general Francisco Franco.

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O ex-dirigente do PCE havia sofrido na semana passada uma piora em seu estado de saúde. Nos últimos meses, ele foi internado em diversas ocasiões.

Carrillo, nasceu na região das Astúrias, no norte da Espanha , em 18 de janeiro de 1915. Aos 13 anos, em 1928, começou sua atividade política na Juventude Socialista.

Durante a Guerra Civil espanhola, foi delegado de Ordem Pública em Madri, e em 1939, no final do conflito, começou um longo exílio que o levou à extinta União Soviética, EUA, Argentina, México, Argélia e França.

Ele retornou clandestinamente à Espanha em 1976, um ano antes da legalização do PCE, ao qual tinha se filiado em julho de 1936 e pelo qual foi eleito deputado em 1977, nas primeiras eleições do período democrático, e depois reeleito em 1979 e 1982.

Durante sua etapa como delegado de Ordem Pública e membro da Junta de Defesa de Madri (1936), foi responsabilizado pelo massacre de militares sublevados na cidade de Paracuellos del Jarama, embora sempre tenha negado a autoria.

O histórico dirigente comunista, que abandonou o PCE em 1985, dedicou seus últimos anos a escrever livros e artigos e a dar palestras.

Carrillo viveu a tentativa de golpe de Estado de 23 de fevereiro de 1981 e foi um dos três políticos, junto com o então presidente do Governo, Adolfo Suárez, e o vice-presidente, general Gutiérrez Mellado, a permanecer em seu posto.

É considerado um dos artífices da transição democrática por seu papel destacado como representante comunista nas negociações e nos chamados "pactos da Moncloa" - acordos entre as forças políticas espanholas que traçaram o caminho para a Espanha democrática.

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