A Mittal Steel ainda busca meios de impedir a conclusão da fusão entre a Arcelor e a russa Severstal. O negócio, estimado em 16,6 bilhões de dólares, poderá devolver à siderúrgica européia a posição de maior produtora mundial de aço, perdida para a Mittal Steel, quando a megasiderúgica foi criada pelo indiano Lakshmi Mittal, no final de 2004. Agora, a Mittal decidiu procurar acionistas descontentes da Arcelor dispostos a protestar contra a compra da Severstal e impedir a continuidade do processo.

A união com a Severstal foi o modo encontrado pela Arcelor para escapar da oferta hostil de compra da Mittal, lançada no ano passado. Pelo acordo, a Arcelor comprará cerca de 90% do capital da Severstal, em poder hoje do presidente executivo Alexei Mordashov, além de todos os demais ativos ligados à empresa russa, como mineradoras e outras usinas. Em troca, Mordashov receberá ações correspondentes a 32% do grupo europeu, além de uma parcela em dinheiro e a co-presidência do conselho de administração da Arcelor, hoje presidido por Joseph Kinsch.

Logo após o anúncio do acordo com a Severstal, o Goldman Sachs, que assessora a Mittal, lançou uma campanha pedindo aos acionistas da Arcelor que apresentem um abaixo-assinado solicitando uma assembléia extraordinária para avaliar os termos da compra. Durante a sexta-feira (19/5) e todo o fim de semana, o banco de investimentos prosseguiu em sua investida, mas ainda não possui os 20% de assinaturas necessários para convocar a assembléia, segundo o americano The Wall Street Journal.

A carta, enderaçada a Joseph Kinsch, classifica a tentativa de compra da Severstal de "inaceitável", pois o modo como é conduzida contraria as práticas de governança, pelas quais é necessário o aval dos acionistas para uma operação desse porte.