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Minhocas podem combater eventos causados pelas mudanças climáticas

Pesquisa revelou que 40% dos agricultores envolvidos no estudo reconheceram os sinais das mudanças climáticas e estão prontos para combatê-la

Agricultores podem desempenhar um papel vital no combate à devastação causada pelas inundações e secas através do uso das minhocas (Ines Zgonc/Wikimedia Commons)

Agricultores podem desempenhar um papel vital no combate à devastação causada pelas inundações e secas através do uso das minhocas (Ines Zgonc/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2011 às 15h18.

São Paulo - Uma grande pesquisa de quatro anos, feita em Leicestershire (Reino Unido), apoiada pelo Heritage Lottery Funding, revelou que 40% dos agricultores envolvidos no estudo reconheceram os sinais das mudanças climáticas e estão prontos para combatê-la.

Em vez de apenas se esquivar e fornecer alimento para aves, as minhocas vêm cavando seu caminho pelo solo há 300 milhões de anos e isso pode ajudar a prevenir inundações e secas, causadas por ciclos de tempo seco e chuvas de monção que ocorrem frequentemente por conta do aquecimento global. Segundo os pesquisadores britânicos do Game and Wildlife Conservation Society, é justamente neste ponto que as minhocas podem ajudar o planeta.

Uma minhoca é capaz de comer um terço do seu próprio peso em terra por dia. Quando as minhocas cavam túneis o solo absorve mais água, o que significa que em seus milhões, podem transformar o solo em uma grande esponja absorvendo água de enchentes, mas retendo-a durante os períodos de seca.

"Nossa pesquisa mostra que os agricultores podem fazer uma diferença enorme para ajudar a mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Quando os campos não são lavrados, a condição do solo é melhorada naturalmente pelo tunelamento de minhocas, que absorvem a água a uma taxa de quatro a dez vezes mais que de campos que estão sem esses túneis”, explica o Dr Chris Stoate, chefe de pesquisa do Projeto agrícola Allerton.

"Este processo ajuda o solo a absorver a água durante as tempestades e retê-la durante a seca. Também ajudou a amortecer nosso fluxo de enchentes durante chuvas fortes", disse Stoate.


Uma das principais recomendações do estudo é para os agricultores reduzirem a lavoura tradicional e aproveitarem o poder do “exército de micróbios” ecologicamente corretos e das minhocas que vivem no solo.

O estudo também descobriu outros impactos que a mudança climática poderia ter na agricultura e vida selvagem, bem como em nível doméstico. O estudo revelou, por exemplo, o uso da água limpa e que, potencialmente, o conceito de "pegada de água" pode ser usado positivamente para tornar os consumidores mais conscientes de sua demanda sobre os recursos hídricos.

"Na década de 1930 cada pessoa usava cerca de 15 litros de água por dia. Hoje, cada um de nós usa cerca de 150 litros. Isso equivale 55 kg de CO2 por pessoa ao longo do ano.

Grandes quantidades adicionais de água são usadas para produzir alimentos e outros bens neste país e no exterior, e o conceito de uma pegada hídrica, como base, para um sistema de rotulagem foi recebida positivamente por pessoas que estavam envolvidas em nosso estudo e que vivem na bacia. Isto ocorreu principalmente porque aumentou a consciência sobre o consumo de água e a ameaça que isto representa", declarou Stoate.

A minhoca tem provado ser uma das grandes sobreviventes da natureza e também um jogador vital para o ambiente, quebrando solo, reciclando nutrientes e sendo uma parte importante da cadeia alimentar das terras agrícolas. Pássaros tão variados como urubus, corujas e falcões todos se alimentam de minhocas.

Algumas podem viver dez anos e, embora não tenham dentes, braços, olhos e pernas podem mover-se 8,2 metros por hora sob o solo. Com informações do Game and Wildlife Conservation Society.

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