Milhares de marroquinos denunciam plano de Trump em Rabat
Plano prevê tornar Jerusalém a "capital indivisível" de Israel e criar um Estado palestino desmilitarizado
AFP
Publicado em 9 de fevereiro de 2020 às 14h24.
Milhares de pessoas protestaram neste domingo em Rabat contra o plano do presidente americano Donald Trump para resolver o conflito israelense-palestino.
Com bandeiras palestinas, os manifestantes marcharam pelo centro da capital do Marrocos gritando "Viva a Palestina !", constatou um fotógrafo da AFP.
A marcha contou com a presença de simpatizantes islamitas, sindicalistas e políticos locais, que pediram o "boicote aos produtos dos Estados Unidos ", considerados "inimigos da paz".
Por outro lado, em Sfax, no leste da Tunísia , uma manifestação contra a iniciativa dos Estados Unidos, convocada pela central sindical UGTT para denunciar um "acordo de vergonha", também foi realizada, observou um correspondente da AFP.
O plano dos Estados Unidos para o Oriente Médio, apresentado em 28 de janeiro por Donald Trump, prevê tornar Jerusalém a "capital indivisível" de Israel, a anexação de colônias judaicas na Cisjordânia ocupada e a criação de um Estado palestino desmilitarizado, conformado pelo resto da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
O plano, considerado muito favorável a Israel, foi rejeitado pelos palestinos.
Marrocos, país aliado dos Estados Unidos, "aprecia os esforços de paz construtivos feitos pelo atual governo americano para alcançar uma solução justa, duradoura e igual no Oriente Médio", reagiu o ministro das Relações Exteriores do Marrocos, Nasser Bourita, no dia seguinte ao anúncio do plano.
No sábado, Bourita se reuniu em Amã com o presidente palestino Mahmoud Abbas e reafirmou a posição de Marrocos na questão palestina, segundo Rabat.