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Milhares de chineses fazem novos protestos contra o Japão

A data da nova onda de manifestações foi escolhida para marcar o aniversário do "incidente de Mukden", outro conflito territorial entre Japão e China


	Chineses protestam em Hangzhou contra a "nacionalização" por parte do Japão das ilhas Diaoyu em 18 de setembro
 (AFP)

Chineses protestam em Hangzhou contra a "nacionalização" por parte do Japão das ilhas Diaoyu em 18 de setembro (AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2012 às 12h41.

Pequim - Dezenas de milhares de chineses participaram nesta terça-feira em protestos contra o Japão e o governo da China enviou 11 navios à região das ilhas em disputa entre os dois países, uma situação que aumenta a febre nacionalista nas duas potências asiáticas.

As manifestações aconteceram após vários dias de protestos, alguns deles violentos, que despertaram o temor as preocupações internacionais com a escalada do conflito entre duas das principais economias mundiais.

A data da nova onda de manifestações, autorizada pelo governo comunista, foi escolhida para marcar o aniversário do "incidente de Mukden" que, em 18 de setembro de 1931, serviu de pretexto para o Japão invadir a Manchúria, um dos prelúdios da Segunda Guerra Mundial.

Centenas de pessoas se reuniram diante da embaixada japonesa em Pequim e lançaram ovos e garrafas de água. Também exibiram fotos de Mao Tse-tung, fundador da República Popular da China, que morreu em 1976.

Em Xangai, mais de 3.000 pessoas protestaram na frente do consulado do Japão.

Na cidade de Shenzhen (sul) foram registrados incidentes menores e na localidade de Chengdu (sudoeste) também acontecera protestos.

As ilhas, conhecidas como Senkaku no Japão e Daioyu na China, são desabitadas, mas ficam em uma área rica para a pesca e podem estar situadas sobre importantes recursos naturais.

O Japão controla as ilhas que China e Taiwan reclamam a soberania. A atual disputa agitou as relações políticas entre Pequim e Tóquio, influenciadas pelo ressentimento chinês com as atrocidades cometidas por japoneses no passado.


A Guarda Costeira do Japão informou que 10 embarcações chinesas de vigilância e um barco do serviço de controle da pesca avançaram nesta terça-feira por águas próximas das ilhas, no Mar da China Oriental.

O governo da China não comentou a informação.

Pequim afirmou que se reserva o direito de adotar "novas medidas" de acordo com o desenvolvimento da situação, afirmou o ministro da Defesa, o general Liang Guanglie, em uma entrevista coletiva após uma reunião com o colega americano, Leon Panetta.

"Com certeza, continuamos esperando uma solução pacífica e negociada para o tema", disse Liang.

Panetta pediu "calma e moderação para todas as partes".

Uma disputa econômica entre as duas maiores economias da Ásia pode prejudicar o crescimento do continente, no qual os principais países ocidentais confiam para recuperar-se da desaceleração.

O Japão pressiona Pequim pelos canais diplomáticos para proteger os cidadãos e empresas japoneses na China.


Apesar da tensão, China e Japão mantêm fortes laços comerciais. Muitas empresas nipônicas investem no vizinho e o comércio bilateral alcançou 342,9 bilhões de dólares em 2011, segundo números chineses.

A Toyota, maior fabricante mundial de veículos, se negou a divulgar detalhes sobre a paralisação em suas três montadoras e outras seis fábricas da China.

A Honda Motors, que fabrica 970.000 veículos por ano na China, anunciou o fechamento nesta terça-feira de cinco fábricas no país, enquanto a Nissan paralisou temporariamente duas de suas três fábricas em território chinês.

As gigantes da eletrônica Canon e Panasonic também interromperam algumas operações na China.

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