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Mil diplomatas dos EUA assinam documento contra veto de Trump

Em resposta às assinaturas, o porta-voz da Casa Branca afirmou que signatários "deveriam se ajustar ao programa ou sair" de seus postos no governo

Donald Trump: veto temporário imposto Trump suspende a entrada nos EUA de pessoas de sete países de maioria muçulmana (Kevin Lamarque/Reuters)
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EFE

Publicado em 1 de fevereiro de 2017 às 10h04.

Washington - Cerca de mil diplomatas americanos, um número bastante alto, assinaram um documento apresentado nesta terça-feira no Departamento de Estado para protestar contra o veto temporário imposto pelo presidente Donald Trump à entrada de pessoas de sete países de maioria muçulmana.

"O Departamento de Estado pode confirmar que recebeu neste 31 de janeiro o documento que expressa a inconformidade" dos diplomatas, disse à Agência Efe uma fonte da pasta, que pediu o anonimato.

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A fonte não quis especificar o número de signatários "para poder respeitar o processo que permite" aos funcionários da agência "expressar suas preocupações" no chamado "canal de divergências" do Departamento de Estado, estabelecido para registrar as opiniões de insatisfeitos sobre certas políticas.

No entanto, segundo vários veículos de imprensa americanos, entre eles o jornal "The New York Times", o documento reuniu cerca de mil assinaturas de diplomatas americanos no mundo todo, um número muito superior ao registrado no "canal de divergências" nos últimos anos.

Esse canal é mantido desde a Guerra do Vietnã (1955-1975) para que os funcionários possam expressar inconformidade à cúpula da diplomacia americana sem temer represálias e os documentos arquivados devem receber uma resposta oficial em um prazo de 30 a 60 dias.

Apesar dessa longa tradição, o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, criticou duramente na segunda-feira os signatários do documento, ao dizer que "deveriam se ajustar ao programa (de veto migratório temporário) ou sair" de seus postos no governo.

O próprio Trump demonstrou impaciência com a dissidência interna em relação a suas políticas, ao despedir na segunda-feira a procuradora-geral interina, Sally Yates, que tinha ordenado a seus subordinados no Departamento de Justiça não defender o veto porque não tinha certeza se a medida era "legal".

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