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Mesmo com trégua, criança morre em reduto rebelde sírio

Este é o primeiro civil morto depois da entrada em vigor da trégua anunciada pela Rússia

Síria: para os moradores de Ghuta Oriental, último reduto rebelde nas proximidades de Damasco, a trégua é puro teatro (REUTERS/Omar Sanadiki/Reuters)

Síria: para os moradores de Ghuta Oriental, último reduto rebelde nas proximidades de Damasco, a trégua é puro teatro (REUTERS/Omar Sanadiki/Reuters)

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AFP

Publicado em 27 de fevereiro de 2018 às 11h13.

Uma criança morreu nesta terça-feira em bombardeios contra Ghuta Oriental, reduto rebelde localizado perto de Damasco, horas depois da entrada em vigor de uma trégua humanitária decretada pela Rússia, aliada do regime sírio, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

"É o primeiro civil morto depois da entrada em vigor da trégua", afirmou a ONG.

"Ao menos quatro disparos de artilharia caíram na localidade de Jisrin, matando um menino e ferindo outros sete civis", indicou o diretor do OSDH, Rami Abdel.

Vários ataques aéreos contra Ghuta Oriental e lançamentos de foguetes a partir deste reduto rebelde foram registrados nesta terça-feira, apesar da trégua humanitária.

"O regime sírio realizou a partir das 9h00 (4H00 de Brasília) um total de nove ataques, incluindo seis obuses de artilharia, dois barris de explosivos e um ataque aéreo", afirmou Rahman.

A agência oficial Sana informou que foguetes foram lançados pelos rebeldes contra os corredores humanitários perto de Al-Rafidain para impedir a saída dos civis da região.

A trégua humanitária diária de cinco horas foi decidida pela Rússia na Síria, em em particular no reduto rebelde de Ghuta Oriental, área sitiada pelo exército governamental e submetida a intensos bombardeios que mataram mais de 560 civis em nove dias.

Pouco antes do início da trégua,foram ouvidos disparos de artilharia, segundo o OSDH.

A pausa humanitária deve ser aplicada das 9H00 às 14H00 locais (4H00 às 9H00, horário de Brasília).

Também serão criados "corredores humanitários" para permitir a retirada dos civis, conforme anunciou o ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu.

O anúncio da Rússia e a suspensão parcial dos bombardeios aconteceram depois que a ONU e várias potências ocidentais exigiram a aplicação imediata de uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que pedia uma trégua de 30 dias em todo território sírio.

Para os moradores de Ghuta Oriental, último reduto rebelde nas proximidades de Damasco, a trégua é puro teatro.

"Esta trégua é uma farsa. A Rússia nos mata diariamente e nos bombardeia todos os dias", afirmou à AFP Samer al-Buydani, morador da cidade de Duma.

"Não tenho confiança para sair com minha família de Ghuta Oriental através dos corredores humanitários", disse.

"Se aceitar que tenho que sair, serei colocado imediatamente no exército para lutar contra outros sírios", afirmou Al-Buydani.

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