Merkel e Schulz: chanceler se encontra em um impasse para resolver a situação da aliança que governará a Alemanha
Da Redação
Publicado em 30 de novembro de 2017 às 06h47.
Última atualização em 30 de novembro de 2017 às 07h44.
Quando a primeira ministra britânica Theresa May perdeu as eleições extraordinárias que convocou para tentar ganhar maioria no parlamento e teve de renegociar com os adversários, em junho, poucos poderiam apostar que a chanceler alemã Angela Merkel, uma das líderes mais antigas e consolidadas da Europa, estaria na mesma situação em questão de meses. Mas aconteceu.
Mesmo tendo obtido a maioria dos votos nas eleições do final de setembro, Merkel e seu partido, a União Democrata Cristã (CDU), se encontram em um impasse para resolver a situação da aliança que governará a Alemanha.
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Nesta quinta-feira, num encontro intermediado pelo presidente do país, Frank Walter Steinmeier, Merkel discute alternativas com o líder do Partido Social Democrata (SPD), Martin Schulz, seu principal concorrente nas eleições. Na mesa, a possibilidade de o SPD renovar a aliança que governou o país pelos últimos quatro anos.
Inicialmente, Schulz era integralmente contra voltar a ser uma espécie de oposição interna dentro do governo: seu plano era trazer o SPD para fora e transformá-lo numa oposição de fato, algo que, na sua visão, poderia fortalecer o partido. Mas Schulz foi pressionado por seus pares para aceitar ao menos conversar com Merkel.
Na sexta-feira ele disse que “se as conversas chegarem ao ponto de o partido decidir participar na coligação, isso será colocado a votação para todos os membros do partido”.
Depois que uma tentativa de coalizão com o Partido Verde e com o Partido Democrata Liberal fracassou, o SPD é a última esperança de Merkel antes de ter de encarar um novo pleito, de onde poderia sair ainda mais prejudicada.
Merkel já deixou claro que um parceiro de coalizão teria de apoiar uma política fiscal balanceada e políticas pró-negócios.
O SPD durante a campanha advogou por maiores aposentadorias e menores impostos sobre os que ganham menos.
Um risco: as eleições do final de setembro garantiram ao partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) 12,6%, a maior para um partido deste no período pós-guerra.
Em contrapartida, SPD e União tiveram seus piores resultados, 20,5% e 32,9%, respectivamente.
A extrema-direita pode ganhar terreno se os alemães forem às urnas, aumentando ainda mais a instabilidade no motor econômico da Europa.
É tudo que Schulz e Merkel querem evitar, nem que para isso tenham que ir de rivais a aliados.