Merkel e Sarkozy se reúnem sob intensa pressão
Encontro em Paris deve trazer medidas para estancar a crise da dívida na Europa
Da Redação
Publicado em 16 de agosto de 2011 às 08h12.
Paris - França e Alemanha enfrentam escolhas difíceis nesta terça-feira sobre como conduzir a zona do euro em direção a uma união fiscal, sob o risco de ver o bloco se desmanchar.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, se encontram em Paris para discutir quais medidas podem ser tomadas para estancar a crise da dívida na Europa, que já contamina o centro do continente.
A Itália foi forçada a endurecer medidas de austeridade, e a instabilidade do mercado financeiro atingiu a França na semana passada com pânico nas ações de bancos após rumores de que o país perderia a melhor nota de classificação de risco.
Muitos especialistas dizem que a única forma de assegurar crédito a um custo acessível para os países mais endividados do bloco é pela emissão de bônus conjuntos da zona do euro. Mas participantes do dialogo entre Paris e Berlim dizem que as conversas desta terça-feira não abordam essa possibilidade.
Embora o governo alemão se oponha há bastante tempo à ideia, a iniciativa tem conquistado cada vez mais apoio. Na segunda-feira, a associação de exportadores da Alemanha disse que todos os outros meios de combater a crise já foram esgotados.
O ministro da Economia da Itália, Giulio Tremonti, disse no sábado que os bônus da zona do euro seriam a melhor solução para a crise da dívida na Europa, e alguns economistas afirmam que a zona do euro vai acabar tendo que aceitar a ideia.
Os cidadãos alemães têm expressado contrariedade à cessão de mais ajuda para os vizinhos mais fracos, mesmo com o desempenho não tão brilhante de sua economia. Números mostraram nesta terça-feira que o PIB da Alemanha mal cresceu no segundo trimestre, sugerindo que a desaceleração está começando a fincar raízes no país -- assim, arcar com as despesas da dívida da zona do euro é ainda mais difícil de se vender politicamente.
"Colapso da zona do euro"
O economista francês Jacques Delpla, coautor de um artigo propondo como os eurobônus poderiam funcionar, disse que a zona do euro enfrenta um colapso a menos que os líderes façam progresso além do acordo fechado na cúpula de 21 de julho sobre a crise de dívida.
"Se nós apenas ficarmos com o acordo de 21 de julho, antes do fim do ano não haverá zona do euro, a não ser que o BCE (Banco Central Europeu) compre tudo."
Em julho, os líderes acertaram um segundo pacote de ajuda à Grécia e a criação de poderes adicionais para o fundo de resgate europeu, mas as medidas só deram um alívio breve para a crise, obrigando o BCE a comprar bônus italianos e espanhóis na semana passada.
Eurobônus à parte, Sarkozy e Merkel vão se concentrar em propostas para melhorar a governança econômica da zona do euro. Na cúpula do mês passado, eles disseram a outros líderes do bloco que as propostas seriam emitidas até o fim de agosto.
Sarkozy, que saiu das férias de verão na semana passada para lidar com o derretimento dos mercados de ações franceses, deve se reunir com o primeiro-ministro, François Fillon, antes de encontrar Merkel, às 11h (horário de Brasília).
Uma entrevista coletiva é esperada para as 13h.
Paris - França e Alemanha enfrentam escolhas difíceis nesta terça-feira sobre como conduzir a zona do euro em direção a uma união fiscal, sob o risco de ver o bloco se desmanchar.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, se encontram em Paris para discutir quais medidas podem ser tomadas para estancar a crise da dívida na Europa, que já contamina o centro do continente.
A Itália foi forçada a endurecer medidas de austeridade, e a instabilidade do mercado financeiro atingiu a França na semana passada com pânico nas ações de bancos após rumores de que o país perderia a melhor nota de classificação de risco.
Muitos especialistas dizem que a única forma de assegurar crédito a um custo acessível para os países mais endividados do bloco é pela emissão de bônus conjuntos da zona do euro. Mas participantes do dialogo entre Paris e Berlim dizem que as conversas desta terça-feira não abordam essa possibilidade.
Embora o governo alemão se oponha há bastante tempo à ideia, a iniciativa tem conquistado cada vez mais apoio. Na segunda-feira, a associação de exportadores da Alemanha disse que todos os outros meios de combater a crise já foram esgotados.
O ministro da Economia da Itália, Giulio Tremonti, disse no sábado que os bônus da zona do euro seriam a melhor solução para a crise da dívida na Europa, e alguns economistas afirmam que a zona do euro vai acabar tendo que aceitar a ideia.
Os cidadãos alemães têm expressado contrariedade à cessão de mais ajuda para os vizinhos mais fracos, mesmo com o desempenho não tão brilhante de sua economia. Números mostraram nesta terça-feira que o PIB da Alemanha mal cresceu no segundo trimestre, sugerindo que a desaceleração está começando a fincar raízes no país -- assim, arcar com as despesas da dívida da zona do euro é ainda mais difícil de se vender politicamente.
"Colapso da zona do euro"
O economista francês Jacques Delpla, coautor de um artigo propondo como os eurobônus poderiam funcionar, disse que a zona do euro enfrenta um colapso a menos que os líderes façam progresso além do acordo fechado na cúpula de 21 de julho sobre a crise de dívida.
"Se nós apenas ficarmos com o acordo de 21 de julho, antes do fim do ano não haverá zona do euro, a não ser que o BCE (Banco Central Europeu) compre tudo."
Em julho, os líderes acertaram um segundo pacote de ajuda à Grécia e a criação de poderes adicionais para o fundo de resgate europeu, mas as medidas só deram um alívio breve para a crise, obrigando o BCE a comprar bônus italianos e espanhóis na semana passada.
Eurobônus à parte, Sarkozy e Merkel vão se concentrar em propostas para melhorar a governança econômica da zona do euro. Na cúpula do mês passado, eles disseram a outros líderes do bloco que as propostas seriam emitidas até o fim de agosto.
Sarkozy, que saiu das férias de verão na semana passada para lidar com o derretimento dos mercados de ações franceses, deve se reunir com o primeiro-ministro, François Fillon, antes de encontrar Merkel, às 11h (horário de Brasília).
Uma entrevista coletiva é esperada para as 13h.