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Merkel demite ministro após derrota eleitoral

Em breve comunicado, Merkel disse que um "novo começo" é necessário no Ministério do Meio Ambiente

A chanceler afirmou que a mudança na política energética da Alemanha é um plano central de seu governo (John Macdougall/AFP)

A chanceler afirmou que a mudança na política energética da Alemanha é um plano central de seu governo (John Macdougall/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2012 às 18h07.

Berlim - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, demitiu nesta quarta-feira o ministro do Meio Ambiente, Norbert Röettgen, e propôs que Peter Altmaier, aliado dela, assuma a pasta. Em uma medida incomum em seu mandato, Merkel disse que pediu ao presidente alemão, Joachim Gauck, desligar "Norbert Röettgen de suas funções como ministro do Meio Ambiente". A chanceler afirmou que a mudança na política energética da Alemanha é um plano central de seu governo em seu atual mandato legislativo e que muito trabalho ainda precisa ser feito.

A demissão de Röettgen ocorre após ele sofrer uma derrota amarga na eleição estadual no último domingo, marcando o pior resultado da União Democrática Cristã (CDU, na sigla em inglês) no Estado mais populoso e um dos mais ricos do país, a Renânia do Norte-Westfália. Altmaier é o líder da bancada da CDU no Bundestag, a Câmara Baixa do Parlamento alemão.

Em breve comunicado, Merkel disse que um "novo começo" é necessário no Ministério do Meio Ambiente, no momento em que a Alemanha abandona a energia nuclear e faz a transição para fontes de energia renováveis. Ela fez o comunicado ao lado de Röettgen e não respondeu às perguntas dos jornalistas. Os dois deixaram rapidamente a sala da chancelaria.

O resultado eleitoral do domingo na Renânia do Norte/Westfalia foi o pior da CDU desde o final da Segunda Guerra Mundial. Röettgen não liderava as pesquisas de intenção de voto, mas a escala da derrota - apenas 26,3% do eleitorado votou na CDU - foi uma surpresa. Durante a campanha, o candidato sofreu várias críticas por não ter se comprometido a fazer campanha permanente no Estado, uma vez que passava bastante tempo em Berlim. Horst Seehofer, um aliado conservador de Merkel, disse que esse "foi um erro muito grande" que custou credibilidade a Röettgen. Nos últimos dias de campanha, Röettgen, considerado um político ambicioso, cometeu uma gafe. Em aparente tentativa de ironia, ele disse que eleitores "lamentáveis" e não o seu partido iriam decidir sua eleição no domingo.

Isso tudo ajudou o eleitorado a eleger governadora a candidata da centro-esquerda do Partido Social Democrata (SPD, na sigla em alemão), Hannelore Kraft, um política popular que já governou a Renânia do Norte-Westfalia. Röettgen também irritou Merkel ao dizer no sábado, um dia antes das eleições, que o desfecho da votação no domingo iria "fortalecer ou enfraquecer o curso de Angela Merkel na Europa". Após o comentário infeliz, Merkel enfatizou que a eleição era importante e "nada mais e nada menos que isso".

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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