Mercosul busca maior proteção de importações da Ásia
O bloco também concordou em garantir o livre trânsito fluvial e terrestre de mercadorias, uma reclamação de economias menores da união aduaneira sul-americana
Da Redação
Publicado em 28 de junho de 2011 às 22h54.
São Paulo - O Mercosul vai tentar aumentar seu comércio local e se proteger das importações mais baratas da Ásia, no momento em que suas moedas se valorizam e suas economias crescem acima da média mundial.
A decisão foi tomada por chanceleres e ministros da Economia e Comércio do bloco integrado por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, que buscam fortalecer suas indústrias, limar conflitos bilaterais e dinamizar suas exportações com valor agregado.
"Podemos sofrer as consequências da não recuperação da economia mundial... isso deprime o mercado de manufaturados. Nossa preocupação é que nosso mercado seja invadido por produtos de quem não tem para quem vender", disse o ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, a jornalistas.
"A América Latina vai continuar com bom desempenho de modo geral. (Queremos) que nosso mercado sirva para estimular o nosso crescimento, não o de outros países", acrescentou.
Os ministros se reuniram na cidade paraguaia de Luque, perto da capital Assunção, um dia antes da cúpula semestral de presidentes do Mercosul, que não contará com a presença da mandatária argentina, Cristina Kirchner, aconselhada por médicos a não viajar.
O bloco também concordou em garantir o livre trânsito fluvial e terrestre de mercadorias, uma reclamação de economias menores da união aduaneira sul-americana.
O chanceler brasileiro, Antonio Patriota, disse que o Mercosul vai estudar a possibilidade de incluir a Bolívia e o Equador como membros plenos do bloco. "É uma iniciativa que surge como uma ideia nova para essa agenda voltada para o futuro", garantiu.
Exportar mais, importar menos
A ministra da Indústria argentina, Débora Giorgi, disse que "o bloco deve aprofundar o processo de substituição de importações de produtos de fora da região para aumentar a escala de produção dentro do bloco", uma estratégia que permitirá ganhar competitividade no acesso aos maiores mercados mundiais.
O Mercosul é um forte exportador de matérias-primas agrícolas, alimentos, energia e minerais, enquanto importa principalmente produtos acabamos, como bens de capital e de consumo durável.
"A demanda continuará crescendo por alimentos, por energia, pela riqueza mineral que existe em nossa parte do mundo", disse Patriota, acrescentando que "não queremos continuar vendendo commodities e importando produtos de maior valor agregado". Ele defendeu o aprofundamento dos acordos de complementação industrial.
Giorgi, no entanto, destacou que são necessárias medidas de defesa comercial frente aos países de fora da região, fundamentalmente da Ásia, para preservar o mercado interno e dinamizar o comércio local, que alcançou 44,55 bilhões de dólares em 2010.
Os produtos baratos da China que invadem os mercados locais constituem uma preocupação em particular, destacou o assessor do Ministério da Indústria paraguaio, Fernando Masi.
"Há muitos problemas no sentido de que o Mercosul tem poucas defesas contra a invasão de produtos chineses ... A Argentina propôs melhorar os instrumentos de defesas comerciais", disse Masi.
Livre trânsito
Os chanceleres também aprovaram uma decisão que estabelece a liberdade para o tráfego de mercadorias por meio terrestre e fluvial nos Estados membros do Mercosul.
"Pedimos que nos facilite o comércio e que seja permitido o acesso a todos os mercados do Mercosul, que nos abram o mercado dentro das normas legais", disse o ministro da Indústria do Paraguai, Francisco Rivas.Outra discussão na agenda foi a criação de uma política automotiva unificada para o bloco para 2013.
Argentina e Brasil se envolveram em uma disputa comercial no início do mês devido à decisão do governo brasileiro de impor licenças não automáticas à importação de veículos de qualquer país.
"O comércio dentro do Mercosul tem sido uma das chaves para superar a crise internacional, razão pela qual buscamos diferentes ferramentas para nos ajudar a continuar avançando. Uma delas tem a ver com o comércio em moeda local", disse o ministro argentino da Economia, Amado Boudou.
São Paulo - O Mercosul vai tentar aumentar seu comércio local e se proteger das importações mais baratas da Ásia, no momento em que suas moedas se valorizam e suas economias crescem acima da média mundial.
A decisão foi tomada por chanceleres e ministros da Economia e Comércio do bloco integrado por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, que buscam fortalecer suas indústrias, limar conflitos bilaterais e dinamizar suas exportações com valor agregado.
"Podemos sofrer as consequências da não recuperação da economia mundial... isso deprime o mercado de manufaturados. Nossa preocupação é que nosso mercado seja invadido por produtos de quem não tem para quem vender", disse o ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, a jornalistas.
"A América Latina vai continuar com bom desempenho de modo geral. (Queremos) que nosso mercado sirva para estimular o nosso crescimento, não o de outros países", acrescentou.
Os ministros se reuniram na cidade paraguaia de Luque, perto da capital Assunção, um dia antes da cúpula semestral de presidentes do Mercosul, que não contará com a presença da mandatária argentina, Cristina Kirchner, aconselhada por médicos a não viajar.
O bloco também concordou em garantir o livre trânsito fluvial e terrestre de mercadorias, uma reclamação de economias menores da união aduaneira sul-americana.
O chanceler brasileiro, Antonio Patriota, disse que o Mercosul vai estudar a possibilidade de incluir a Bolívia e o Equador como membros plenos do bloco. "É uma iniciativa que surge como uma ideia nova para essa agenda voltada para o futuro", garantiu.
Exportar mais, importar menos
A ministra da Indústria argentina, Débora Giorgi, disse que "o bloco deve aprofundar o processo de substituição de importações de produtos de fora da região para aumentar a escala de produção dentro do bloco", uma estratégia que permitirá ganhar competitividade no acesso aos maiores mercados mundiais.
O Mercosul é um forte exportador de matérias-primas agrícolas, alimentos, energia e minerais, enquanto importa principalmente produtos acabamos, como bens de capital e de consumo durável.
"A demanda continuará crescendo por alimentos, por energia, pela riqueza mineral que existe em nossa parte do mundo", disse Patriota, acrescentando que "não queremos continuar vendendo commodities e importando produtos de maior valor agregado". Ele defendeu o aprofundamento dos acordos de complementação industrial.
Giorgi, no entanto, destacou que são necessárias medidas de defesa comercial frente aos países de fora da região, fundamentalmente da Ásia, para preservar o mercado interno e dinamizar o comércio local, que alcançou 44,55 bilhões de dólares em 2010.
Os produtos baratos da China que invadem os mercados locais constituem uma preocupação em particular, destacou o assessor do Ministério da Indústria paraguaio, Fernando Masi.
"Há muitos problemas no sentido de que o Mercosul tem poucas defesas contra a invasão de produtos chineses ... A Argentina propôs melhorar os instrumentos de defesas comerciais", disse Masi.
Livre trânsito
Os chanceleres também aprovaram uma decisão que estabelece a liberdade para o tráfego de mercadorias por meio terrestre e fluvial nos Estados membros do Mercosul.
"Pedimos que nos facilite o comércio e que seja permitido o acesso a todos os mercados do Mercosul, que nos abram o mercado dentro das normas legais", disse o ministro da Indústria do Paraguai, Francisco Rivas.Outra discussão na agenda foi a criação de uma política automotiva unificada para o bloco para 2013.
Argentina e Brasil se envolveram em uma disputa comercial no início do mês devido à decisão do governo brasileiro de impor licenças não automáticas à importação de veículos de qualquer país.
"O comércio dentro do Mercosul tem sido uma das chaves para superar a crise internacional, razão pela qual buscamos diferentes ferramentas para nos ajudar a continuar avançando. Uma delas tem a ver com o comércio em moeda local", disse o ministro argentino da Economia, Amado Boudou.