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Medvedev assume Governo, e Putin é o novo presidente

O ex-presidente russo Medvedev, que ontem devolveu o comando do Kremlin a seu mentor Putin, só esteve fora do poder pouco mais de 24 horas

O novo chefe de Estado aproveitou hoje a tribuna da Duma para afirmar que na promoção de Medvedev como primeiro-ministro não houve "jogo político" nem "armadilha" (Oleg Nikishin/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2012 às 14h02.

Moscou - Dmitri Medvedev assumiu nesta terça-feira a chefia do Governo russo após conseguir o previsto apoio da maioria parlamentar, que ratificou assim a troca de cadeiras no Kremlin depois da posse, como presidente do país, de quem até ontem liderou o Executivo, Vladimir Putin.

Desta forma, o ex-presidente russo Medvedev, que ontem devolveu o comando do Kremlin a seu mentor Putin, só esteve fora do poder pouco mais de 24 horas. Foi o próprio Putin quem apresentou aos deputados seu candidato.

"Não duvido que sua integridade, sua experiência política e gestora vão nos ajudar a resolver as tarefas mais complicadas no cargo de presidente do Governo", disse Putin em suas palavras de apresentação do aspirante.

A candidatura de Medvedev obteve 299 votos a favor, e 144 deputados se pronunciaram contra. Para ser aprovado no cargo de primeiro-ministro, o aspirante, cuja promoção é prerrogativa exclusiva do chefe do Estado, precisa do apoio de pelo menos 226 dos 450 membros da Duma (Câmara dos Deputados).

Caso os legisladores rejeitem o candidato, o presidente da Rússia tem a opção de apresentar outro nome ou dissolver a Duma e convocar novas eleições.

Além do apoio do partido governista Rússia Unida, que ele mesmo lidera e que conta com 238 cadeiras, Medvedev recebeu o aval do Partido Liberal Democrático, do excêntrico ultranacionalista Vladimir Jirinovski.


O Partido Comunista e o Rússia Justa, de linha social-democrata, votaram contra Medvedev, que se tornou o 12º primeiro-ministro da Rússia pós-soviética.

Em seu discurso aos deputados, Medvedev propôs a aprovação de cinco programas prioritários referentes a educação, ciência e tecnologia, agricultura e indústria florestal, além da defesa do meio ambiente e da cultura.

Fiel à sua tradição de não dizer "não" a ninguém, Medvedev declinou, no entanto, a proposta de adiar a entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio (OMC) e defendeu a melhora do clima de investimentos do país. No terreno econômico, ele propôs a limitação do déficit fiscal a 1% do PIB.

O novo primeiro-ministro enfatizou que "o Estado pode em alguns casos intervir diretamente na economia, mas apenas se houver grande necessidade, com motivos claros para o mundo empresarial ou em situações de crise".

Após dois dias de manifestações opositoras em Moscou, que terminaram com saldo de centenas de detidos, Medvedev prometeu dialogar com todas as forças políticas.

"Estarei aberto a falar com todas as forças políticas. Considero que é meu dever político", declarou.

O presidente Putin também expressou a segurança de que "Dmitri Medvedev estará aberto a uma cooperação construtiva com todos os partidos e movimentos sociais, com o Parlamento e suas frações".

O novo chefe de Estado aproveitou hoje a tribuna da Duma para afirmar que na promoção de Medvedev como primeiro-ministro não houve "jogo político" nem "armadilha".

"Os senhores sabem que eu tomei esta decisão há muito tempo e a anunciei com adiantamento, antes das eleições parlamentares e presidenciais", por isso "não há nada que possa ser considerado como armadilha ou jogo político", explicou.

Há quatro anos, quando Putin deixou o Kremlin para liderar o Governo, poucos duvidaram que seria primeiro-ministro até que quisesse. Hoje muitos duvidam que o novo chefe de Governo possa repetir essa caminhada: os líderes opositores preveem uma curta estadia à frente do Executivo.

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"Não duvido que sua integridade, sua experiência política e gestora vão nos ajudar a resolver as tarefas mais complicadas no cargo de presidente do Governo", disse Putin em suas palavras de apresentação do aspirante.

A candidatura de Medvedev obteve 299 votos a favor, e 144 deputados se pronunciaram contra. Para ser aprovado no cargo de primeiro-ministro, o aspirante, cuja promoção é prerrogativa exclusiva do chefe do Estado, precisa do apoio de pelo menos 226 dos 450 membros da Duma (Câmara dos Deputados).

Caso os legisladores rejeitem o candidato, o presidente da Rússia tem a opção de apresentar outro nome ou dissolver a Duma e convocar novas eleições.

Além do apoio do partido governista Rússia Unida, que ele mesmo lidera e que conta com 238 cadeiras, Medvedev recebeu o aval do Partido Liberal Democrático, do excêntrico ultranacionalista Vladimir Jirinovski.


O Partido Comunista e o Rússia Justa, de linha social-democrata, votaram contra Medvedev, que se tornou o 12º primeiro-ministro da Rússia pós-soviética.

Em seu discurso aos deputados, Medvedev propôs a aprovação de cinco programas prioritários referentes a educação, ciência e tecnologia, agricultura e indústria florestal, além da defesa do meio ambiente e da cultura.

Fiel à sua tradição de não dizer "não" a ninguém, Medvedev declinou, no entanto, a proposta de adiar a entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio (OMC) e defendeu a melhora do clima de investimentos do país. No terreno econômico, ele propôs a limitação do déficit fiscal a 1% do PIB.

O novo primeiro-ministro enfatizou que "o Estado pode em alguns casos intervir diretamente na economia, mas apenas se houver grande necessidade, com motivos claros para o mundo empresarial ou em situações de crise".

Após dois dias de manifestações opositoras em Moscou, que terminaram com saldo de centenas de detidos, Medvedev prometeu dialogar com todas as forças políticas.

"Estarei aberto a falar com todas as forças políticas. Considero que é meu dever político", declarou.

O presidente Putin também expressou a segurança de que "Dmitri Medvedev estará aberto a uma cooperação construtiva com todos os partidos e movimentos sociais, com o Parlamento e suas frações".

O novo chefe de Estado aproveitou hoje a tribuna da Duma para afirmar que na promoção de Medvedev como primeiro-ministro não houve "jogo político" nem "armadilha".

"Os senhores sabem que eu tomei esta decisão há muito tempo e a anunciei com adiantamento, antes das eleições parlamentares e presidenciais", por isso "não há nada que possa ser considerado como armadilha ou jogo político", explicou.

Há quatro anos, quando Putin deixou o Kremlin para liderar o Governo, poucos duvidaram que seria primeiro-ministro até que quisesse. Hoje muitos duvidam que o novo chefe de Governo possa repetir essa caminhada: os líderes opositores preveem uma curta estadia à frente do Executivo.

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