Presidente russo Vladimir Putin: "não há dúvida de que, da nossa parte, não nos limitaremos a sanções específicas", disse membro do governo (Maxim Shemetov/Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de março de 2014 às 09h41.
Moscou - A Rússia responderá as possíveis sanções americanas pela anexação da Crimeia com medidas que não deixarão os Estados Unidos "indiferentes", afirmou o vice-chanceler russo Serguei Riabkov.
"Se em Washington ganhar a linha que consiste em atiçar o confronto, em tentar nos ditar algo com base em sanções, não há dúvida de que, da nossa parte, não nos limitaremos a sanções específicas, que só tomariam como alvo certos indivíduos", advertiu Riabkov.
"Estamos estudando uma longa lista de opções. Podem ser medidas recíprocas, relativas a listas de autoridades oficiais americanas, mas também temos a possibilidade de adotar medidas assimétricas", completou.
Ele destacou a possibilidade de medidas que "não deixarão Washington indiferente, já que existe toda uma série de âmbitos de diálogo e de contatos, em certa medida de cooperação, que têm importância para a parte americana", disse.
Riabkov, que fez as declarações em Viena, onde acontecem as negociações entre as grandes potências e o Irã sobre o programa nuclear de Teerã, sugeriu na quarta-feira que a crise poderia ter repercussões sobre a posição de Moscou nesta questão.
O ministério russo das Relações Exteriores também divulgou na quarta-feira uma declaração agressiva a respeito dos Estados Unidos sobre a questão síria, na qual afirmava que Washington havia renunciado de fato a seu papel de "copatrocinador" de uma solução política ao fechar sua representação diplomática em Damasco.
Na segunda-feira, o governo americano anunciou sanções seletivas contra 11 autoridades russas e ucranianas ligadas a Moscou, sete delas ligadas ao presidente Vladimir Putin.
O Departamento de Estado americano afirmou que a questão não era saber se Washington reforçaria as sanções, mas "quando" pretendia fazê-lo, depois da incorporação à Rússia da península ucraniana da Crimeia.