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"Irresponsável", diz Financial Times sobre independência catalã

O jornal britânico indica que uma eventual declaração da independência da Catalunha não teria validade e legitimidade política

Catalunha: "Não há justificação alguma para uma declaração da independência", destaca o jornal (Pau Barrena/AFP)
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EFE

Publicado em 3 de outubro de 2017 às 19h06.

Última atualização em 3 de outubro de 2017 às 19h21.

Londres - A possibilidade de o governo da Catalunha declarar a independência dessa região do nordeste da Espanha nos próximos dias é uma "medida irresponsável" e um "equívoco", afirmou nesta terça-feira o jornal britânico " Financial Times ".

Em um editorial, o "Financial Times" indica que uma eventual declaração da independência da Catalunha não teria validade e legitimidade política, recebendo uma resposta fria por parte dos Estados Unidos e dos aliados europeus da Espanha.

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"Dada a baixa participação e a indiscutível ilegalidade do voto em virtude da Constituição da Espanha, não há justificação alguma para uma declaração da independência", destaca o jornal.

O "Financial Times" ressalta que o presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont, se equivocou ao afirmar no domingo que os resultados do referendo davam à região o direito de declarar a independência de forma unilateral.

Além disso, o jornal diz que é preciso tratar com "cautela" os números divulgados pelo governo catalão sobre a quantidade de eleitores que apoiou a independência, já que se estima que a participação foi de 42%.

"Em outras palavras, mais da metade do eleitorado não votou", ressalta o "Financial Times".

O mais importante, indica o jornal britânico, é que o governo central da Espanha e a liderança regional da Catalunha iniciem contatos para acalmar as tensões surgidas após o referendo, considerado ilegal pelo Tribunal Constitucional do país.

Na opinião do "Financial Times", o diálogo ideal incluiria os partidos da oposição da Espanha e da Catalunha, com o objetivo de atualizar o status de autonomia já dado à região desde 1978.

Sobre a violência registrada durante o referendo, o jornal indica que o governo central tinha "claramente o dever de defender a lei, mas não exerceu suficiente moderação ".

O "Financial Times" também destaca que a União Europeia pode pedir às partes que mostrem moderação, sentido comum, respeito pelas normas e pelo estado de direito.

"Esses princípios são as únicas bases para um compromisso sensato e de longo prazo ", indica o editorial.

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