Mundo

Matthew causou cerca de US$ 2 bilhões em danos no Haiti

A catástrofe, que deixou 546 mortos, segundo o último balanço oficial, debilita a já frágil economia do país mais pobre do Caribe

Haiti: o setor agrícola sofreu danos no valor de cerca de US$ 600 milhões, e mais de 175.000 pessoas perderam suas casas (Andres Martinez Casares/Reuters)

Haiti: o setor agrícola sofreu danos no valor de cerca de US$ 600 milhões, e mais de 175.000 pessoas perderam suas casas (Andres Martinez Casares/Reuters)

A

AFP

Publicado em 28 de outubro de 2016 às 22h05.

A passagem do devastador furacão Matthew pelo sul do Haiti, em 4 de outubro, causou cerca de US$ 2 bilhões em danos - anunciaram autoridades do país na sexta-feira (28).

Segundo estudos realizados com apoio de instituições financeiras internacionais (Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento), o montante das perdas foi de 124,8 bilhões de gourdes haitianos, o equivalente a US$ 1,9 bilhão.

A catástrofe, que deixou 546 mortos, segundo o último balanço oficial, debilita a já frágil economia do país mais pobre do Caribe, uma vez que representa mais de 20% do seu Produto Interno Bruto.

Considerada o celeiro do país, a região sul do Haiti foi devastada por rajadas de ventos de mais de 250 km/h e chuvas torrenciais.

O setor agrícola sofreu danos no valor de cerca de US$ 600 milhões, e mais de 175.000 pessoas perderam suas casas, destruições avaliadas igualmente em US$ 600 milhões, segundo economistas.

A urgência para alimentar e dar abrigo a dezenas de milhares de pessoas surge em um momento em que o país está em plena crise política.

O primeiro turno da eleição presidencial de 2015 foi anulado devido a fraudes generalizadas e reprogramado para o último 9 de outubro.

A chegada do furacão poucos dias antes obrigou um novo adiamento da votação. Agora, deve acontecer em 20 de novembro, e o segundo, em 29 de janeiro de 2017.

O desafio consiste em encontrar lugares para abrigar as zonas eleitorais, visto que mais de 500 escolas normalmente usadas para as eleições ficaram danificadas, ou totalmente destruídas.

O ministro haitiano da Economia e das Finanças, Yves Romain Bastien, denunciou o uso da ajuda humanitária com fins políticos e eleitoreiros.

"Nós concordamos que estamos em um país polarizado e tivemos um momento difícil, porque as pessoas pensavam em polarizar a ajuda que enviamos para as pessoas carentes, que precisavam de tudo", reconheceu o ministro, acrescentando que as autoridades estavam "tomando todas as medidas para mudar isso".

No entanto, cerca de um mês depois da passagem do furacão, a raiva aumenta entre os afetados, que reclamam da lentidão da chegada da assistência.

Na terça-feira, uma adolescente morreu, e outras três pessoas ficaram feridas, por tiros em Dame-Marie, pequena cidade do sudoeste do país, durante uma distribuição de ajuda humanitária que derivou em incidentes.

Acompanhe tudo sobre:FuracõesHaiti

Mais de Mundo

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal