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Massacre a tiros na Flórida é o 17º só neste ano nos EUA

Os centros educacionais são os cenários de 24,4% dos ataques a tiros no país

EUA: um policial patrulha a cena de um ataque a tiros em uma escola do condado de Tehama no norte da Califórnia, em 14 de novembro de 2017 (Elijah Nouvelage/AFP)

EUA: um policial patrulha a cena de um ataque a tiros em uma escola do condado de Tehama no norte da Califórnia, em 14 de novembro de 2017 (Elijah Nouvelage/AFP)

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AFP

Publicado em 15 de fevereiro de 2018 às 10h15.

Última atualização em 16 de fevereiro de 2018 às 16h47.

Os Estados Unidos são o único país desenvolvido onde ataques a tiros em centros de ensino se repetem implacavelmente: com o último, ocorrido nesta quarta-feira (14) na Flórida, são 17 desde o começo do ano, segundo números da Everytown for Gun Safety, organização que busca o controle de armas, e ainda estamos em fevereiro.

A metodologia essa entidade considera como "ataque a tiros em escolas" todo e qualquer evento em que uma arma de fogo é disparada em uma área escolar.

"Este é o 291º ataque a tiros de uma escola desde o começo de 2013", disse Shannon Watts, fundadora da Moms Demand Action, uma organização que luta contra a proliferação de armas de fogo.

As escolas nos Estados Unidos estão se tornando locais cada vez menos seguros e cada vez mais locais de violência armada. E os americanos parecem resignados.

A maioria destes casos nem mesmo aparece nas primeiras páginas da imprensa nacional por terem se tornado fatos usuais.

O tiroteio desta quarta-feira em uma escola de ensino médio em Parkland, no sudeste da Flórida, deixou pelo menos 17 vítimas fatais, segundo um balanço inicial, informou a Polícia. O atirador foi detido.

Em 23 de janeiro, um estudante abriu fogo em sua escola no Kentucky, no começo do dia. Matou um rapaz e uma moça, ambos com 15 anos, assim como ele; outros 14 ficaram feridos.

No dia anterior, um adolescente levou um tiro na cantina da escola onde estudava no Texas. Naquela segunda-feira, um adolescente de 14 anos levou um tiro no estacionamento de uma universidade em Nova Orleans.

Ainda em janeiro, um ônibus escolar foi alvo de tiros em Iowa. Houve ataques a tiros em uma escola de ensino médio em Seattle, em um campus da Califórnia.

Estas tragédias revivem uma discussão que parece não ter fim.

Todas as escolas deveriam ser equipadas com portas de segurança? É necessário armar os professores? No fundo, muitos sentem que mais uma vez haverá reações de indignação após a inação de um Congresso controlado pelos republicanos, firmemente contrários a limitar o porte de armas.

Com ou sem legislação, a tendência é preocupante.

Um estudo do FBI (Polícia Federal Americana) observou uma "frequência crescente" dos ataques a tiros entre 2000 e 2013.

Em 70% dos casos, o irreparável ocorre em cinco minutos ou menos, o que relativiza a reação que a Polícia pode ter. Os centros educacionais são os cenários de 24,4% dos ataques a tiros.

Na maioria dos casos resenhados, os atiradores que abrem fogo dentro de escolas de ensino médio ou universidade são estudantes do próprio estabelecimento. E segundo o FBI, os ataques a tiros em escolas costumam ser os mais letais.

Os Estados Unidos ficaram traumatizados depois de algumas destas tragédias, em particular depois do massacre de Columbine em 1999, do de Virginia Tech em 2007 e o massacre de Sandy Hook, uma escola de ensino fundamental de Connecticut, onde 20 crianças de seis e sete anos morreram em 2012.

Desde então, as escolas multiplicaram os procedimentos de alerta e os exercícios de treinamento.

O objetivo é ensinar os alunos a reagir diante de um indivíduo que atira a esmo para atingir o máximo possível de vítimas.

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