Mario Draghi: ex-presidente do Banco Central Europeu aceitou a incumbência de formar um novo governo na Itália (Francois Lenoir/Reuters)
Mariana Martucci
Publicado em 12 de fevereiro de 2021 às 16h24.
Última atualização em 12 de fevereiro de 2021 às 16h28.
O economista Mario Draghi aceitou oficialmente, nesta sexta-feira (12), o cargo de primeiro-ministro da Itália, após ter conquistado o apoio de quase todos os partidos políticos para formar um governo de unidade que tire o país da emergência econômica e sanitária.
O ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) esteve durante o dia no Palácio Quirinal para se reunir com o presidente Sergio Mattarella e assumir o cargo, conforme previsto pela Constituição.
Draghi substitui Giuseppe Conte, que teve que renunciar ao cargo após perder o apoio de um partido-chave de sua coalizão.
"Super Mario", como costuma ser chamado pelo seu papel na crise da dívida europeia em 2012, deverá depois apresentar seu gabinete de governo e submeter-se ao voto de confiança no Parlamento na próxima semana.
A Itália viveu em fevereiro uma crise política delicada em plena pandemia e com a pior recessão de sua história recente.
Com um terno completo e gravata, Draghi escutou esta semana os líderes de todos os partidos políticos, assim como os representantes das partes sociais e os defensores do meio ambiente, com o objetivo de formar um governo heterogêneo, de unidade e sem conotações políticas.
O renomado economista conta com o apoio do maior partido de centro-esquerda, Partido Democrático (PD), da extrema direita Liga de Matteo Salvini, além do partido da direita moderada Força Itália de Silvio Berlusconi.
No último minuto, o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5E), o maior partido no Parlamento depois de chegar ao poder há quase três anos, votou a favor na quinta-feira, com 59,3%, de um governo liderado por Draghi.
Apesar disso, as dificuldades apenas começaram para este italiano, de 73 anos, conhecido pela sua discrição, seriedade e determinação.