Marinha dos EUA suspende atividades após colisão em Cingapura
Um navio americano colidiu com um navio petroleiro perto de Cingapura e deixou 10 marinheiros desparecidos e cinco feridos
AFP
Publicado em 21 de agosto de 2017 às 15h03.
A Marinha dos Estados Unidos ordenou nesta segunda-feira uma "pausa operacional" em seus navios em todo o mundo para avaliar sua frota, depois da colisão de um destróier com um navio petroleiro perto de Cingapura, o que deixou 10 marinheiros desparecidos e cinco feridos.
O destróier "USS John S. McCain", equipado com mísseis teleguiados, chegou na segunda-feira à tarde a Cingapura com um grande buraco em seu casco após o acidente, que aconteceu durante a madrugada, informou a Marinha americana.
Em função desse acidente, "foi ordenada uma pausa operacional em todas nossas frotas no mundo", afrmou almirante John Richardson, chefe de operações navais em um comunicado posterior.
Uma grande operação de busca e resgate dos 10 marinheiros desaparecidos teve início, com a participação de navios e aviões de três países, depois que o destróier colidiu com o petroleiro de bandeira liberiana "Alnic MC" perto do estreito de Malaca.
O petroleiro é um navio-tanque de mais de 30.000 toneladas usado para transportar petróleo ou produtos químicos, de acordo com o site especializado Marine Traffic.
A colisão aconteceu às 5H24 locais (18H24 de Brasília, domingo) no momento em que o navio seguia em direção ao porto de Cingapura para uma visita de rotina.
"Informes iniciais indicam que o John S. McCain sofreu danos na popa a bombordo", anunciou a Marinha americana.
"A envergadura dos danos materiais e pessoais está sendo determinada. O incidente será investigado", completou o comunicado, segundo o qual a embarcação avariada navegava por seus próprios meios até o porto.
"Os esforços da tripulação para conter os danos evitaram uma entrada de água maior", completa a nota.
Um helicóptero transportou quatro feridos para um hospital de Cingapura, mas nenhum deles corre perigo. O quinto ferido recebeu atendimento médico na embarcação.
Segunda colisão em dois meses
"É lamentável", declarou o presidente americano Donald Trump em uma primeira reação aos jornalistas que o questionaram sobre o acidente em seu retorno a Casa Branca após as férias.
"Pensamentos e orações para nossos marinheiros a bordo do 'John S. McCain', onde acontecem tarefas de resgate", escrevem em seguida no Twitter.
Esta é a segunda colisão acidental sofrida por um navio da Marinha dos Estados Unidos nos últimos dois meses
Em 17 de junho sete marinheiros morreram no choque entre o destróier USS Fitzgerald e um cargueiro filipino na costa do Japão.
Os corpos dos marinheiros, com idades entre 19 e 37 anos, foram encontrados por mergulhadores um dia depois da colisão.
Uma investigação tenta determinar as causas do acidente.
Assim como o Fitzgerald, o USS John S. McCain integra a Sétima Frota dos Estados Unidos, com base em Yokosuka, Jaão.
Este mês, o John S. McCain havia protagonizado um incidente com a China, ao navegar a apenas seis milhas náuticas (11,1 km) do recife Mischief no Mar da China Meridional, construído artificialmente por Pequim.
A manobra, realizada segundo o governo dos Estados Unidos como um exercício de liberdade de navegação, gerou um protesto formal e público de Pequim.
Na ocasião, o porta-voz da diplomacia chinesa, Geng Shuang, afirmou que as manobras do USS John S. McCain haviam violado as leis nacionais e internacionais, afetando "seriamente" a soberania e segurança do país. O recife é parte das ilhas Spratly, cuja soberania é disputada pela China e os países vizinhos.
O nome do destróier é uma homenagem ao pai e ao avô do senador John McCain, ambos ex-almirantes da Marinha americana durante a Segunda Guerra Mundial.