Foto do submarino ARA San Juan é vista no estacionamento da base naval em Mar Del Plata, Argentina (Marcos Brindicci/Reuters)
João Pedro Caleiro
Publicado em 17 de novembro de 2018 às 10h55.
Última atualização em 17 de novembro de 2018 às 10h57.
Buenos Aires - A Marinha da Argentina afirmou que com a localização neste sábado do submarino ARA San Juan no Oceano Atlântico, após um ano desaparecido, "foi aberto um novo capítulo" para esclarecer que o que aconteceu ao embarcação, algo que será investigado "com a cautela necessária" por respeito às famílias dos 44 tripulantes.
"Agora foi aberto outro capítulo. É preciso seguir com a análise e ver realmente o que aconteceu, sempre com a cautela necessária", ressaltou Rodolfo Ramallo, porta-voz do corpo militar encarregado do submarino, em declarações ao canal "TN".
Segundo acrescentou, "está presente o sentimento das famílias e isso faz com que tenhamos a cautela necessária por respeito" às mesmas.
"Vamos seguir passo a passo e sempre à disposição da justiça para poder esclarecer o que aconteceu", ressaltou Ramallo sobre uma localização que ocorre um dia depois dos emocionantes atos que foram realizados em Mar del Plata - onde o submarino tinha sua base -, pelo primeiro aniversário da última comunicação da ARA San Juan com seus superiores.
O Ministério da Defesa e a Marinha informaram na madrugada deste sábado que, após dois meses de rastreamento no oceano, a companhia americana Ocean Infinity localizou o submarino a 800 metros de profundidade e a cerca de 600 quilômetros do litoral.
A empresa, que neste tempo esteve dedicada a encontrar a embarcação e contou com a companhia a bordo de vários familiares dos tripulantes, usou o navio "Seabed Construtor", provisto de cinco Veículos Submarinos Autônomos (AUV) capazes de operar até 6 mil metros de profundidade.
As autoridades estão agora à espera de receber imagens concretas do momento em que foi localizada a embarcação para poder divulgar.
"Este ponto está na área 1, a área onde a Marinha disse que ocorreu a última comunicação do submarino", destacou o capitão.
Após dois meses de busca - tempo mínimo que por contrato a empresa deveria trabalhar para achar o submarino - a Ocean Infinity já tinha anunciado nesta semana que abandonaria a expedição, pelo menos de forma temporária, para partir à África do Sul.
No entanto, este novo contato no fundo do oceano, o número 24 - os anteriores foram descartados pela companhia - obtido depois de revisar imagens obtidas previamente, fez atrasar os planos e partir de navio até o local onde foi localizado.
"Fomos analisando e descartando pontos de interesse. Tínhamos chegado a 24. Este tinha sido qualificado como o 24 e em função das considerações profissionais, tínhamos decidido deixá-lo para analisá-lo em outra oportunidade", disse o porta-voz da Marinha.
"Havendo cumprido os dias de operações estipulados por contrato, a embarcação decidiu, antes de partir para a África do Sul, fazer novamente uma identificação desse ponto que não tinha sido analisado anteriormente", concretizou.
Por enquanto, não se sabe quais serão os seguintes passos.
Na Justiça, uma causa está aberta para determinar os detalhes do desaparecimento do submarino e também foi criada uma comissão parlamentar com o mesmo fim.