marina-agbr-460-jpg.jpg (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.
Brasília - A candidata do PV Marina Silva cobrou nesta sexta-feira (23) de seus adversários disposição para o debate e mais maturidade na campanha eleitoral pela Presidência da República. Em referência a polêmica em torno da acusação de que o PT de Dilma Rousseff tem ligação com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Marina classificou a polêmica levantada pela candidatura tucana de José Serra de "tentativa de amedrontar" o eleitor.
"Toda eleição as pessoas vêm com essa história de querer assustar as pessoas. O brasileiro já perdeu o medo de ser feliz" disse, após entrevista ao programa "3 a 1" da TV Brasil. A candidata, que já foi membro do PT durante 30 anos, afirmou que nunca soube de nenhuma relação do partido com a guerrilha colombiana.
"Não podemos resvalar o debate para aquilo que não interessa e ficar fazendo a baixaria entre um e outro", criticou. Segundo a candidata, o debate está indo para um caminho ruim porque Dilma e Serra têm o mesmo perfil. "Talvez a dificuldade (de debate) é porque os candidatos são muito parecidos, ambos são desenvolvimentistas, ambos têm um perfil gerencial e não são muito dados a querer fazer o debate estratégico. E talvez rotulando fique mais fácil", concluiu.
Marina ironizou a tentativa da campanha de Serra de promover um "twitaço" (mobilização no Twitter) nesta sexta-feira. "O problema é a linguagem velha. A juventude quer ficar longe disso", afirmou a candidata que, durante esta semana alavancou o número de seguidores na rede de microblogs com um "twitaço"."As pessoas estão usando o Twitter e a internet mais como uma ferramenta de autopromoção e não para estabelecer o efetivo debate", emendou.
Acordo social
Embora se mantenha com 8% de intenções de voto, segundo a última pesquisa Vox Populi, Marina acredita que têm chances de chegar ao segundo turno porque seu palanque é coerente e desprovido de interesses e sua mensagem política pode "reencantar" os eleitores. "Eu sou especialista em reviravolta", afirmou.
Marina acredita que a terceira colocação nas pesquisas mostra que sua candidatura conseguiu se firmar e impor uma agenda de debate. "Tenho 8% que o eleitorado me deu e tenho muito orgulho disso, porque não tenho máquina, não estou extrapolando a lei, estou defendendo ideias. É com esses 8% que eu vou chegar no segundo turno", prevê.
Se eleita, a candidata disse que pretende levar para seu governo os melhores quadros da política nacional, formado por pessoas que "se mobilizam por uma visão de País", fazer alianças pontuais e "construir a governabilidade com base em princípios". "O acordo social que eu quero é aquele que estabeleça um alinhamento histórico na política."
Conflito
Para a candidata, o rompimento das relações diplomáticas entre Venezuela e Colômbia indicam que a atuação brasileira como líder na América Latina fracassou. Embora tenha elogiado a aproximação do Brasil com países africanos, Marina acredita que a política externa do governo Lula deixou de exercer sua liderança natural entre os vizinhos. "Faltou pró-atividade maior na América Latina", avaliou.
Para a candidata, o País precisa melhorar sua atuação regional e fortalecer o Mercosul. "O Brasil pode ser o alavancador do ponto de vista econômico, político, social e ambiental ", defendeu.