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Malásia diz que manteve conversas secretas com rebeldes

Premiê da Malásia disse que manteve conversas com líder dos rebeldes pró-russos para recuperar caixas-pretas do avião que caiu na Ucrânia

Inspetor vistoria destroços do avião da Malaysia Airlines que caiu na Ucrânia (Maxim Zmeyev/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2014 às 09h46.

Kuala Lumpur - O primeiro-ministro da Malásia , Najib Razak, afirmou na madrugada desta terça-feira que manteve conversas secretas com o líder dos rebeldes pró-russos, Alexander Borodai, para recuperar as caixas-pretas do avião da Malaysia Airlines que caiu na Ucrânia .

"Nos últimos dias, trabalhamos em segredo para entrar em contato com aqueles a cargo do local onde caiu o MH17", disse o primeiro-ministro poucas horas antes da entrega das caixas-pretas, segundo o jornal "New Straits Times".

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Os rebeldes entregaram os equipamentos para representantes malaios em Donetsk, sede do território controlado pelos separatistas, e transferiram os 282 corpos e 87 fragmentos dos passageiros e tripulantes da aeronave em um trem até a cidade de Kharkiv, território sob domínio do governo ucraniano.

A Malásia recebeu críticas por não ter sido mais firme com os rebeldes pró-Rússia, que foram acusados pelos Estados Unidos de terem abatido o Boeing-777 e que durante dias dificultaram o acesso ao local dos destroços do avião às equipes internacionais.

"Nos últimos dias, houve momentos em que eu queria dar mais voz a raiva e a dor que o povo malaio sente. E que eu também sinto. Mas, às vezes, devemos trabalhar silenciosamente para conseguir um melhor resultado", disse Najib em Putrajaya, a capital administrativa da Malásia.

"Entendo que para as famílias, nada pode desfazer este prejuízo. As vidas não poderão ser recuperadas. A dignidade perdida não pode ser resgatada", acrescentou Najib.

O Boeing-777 de Malaysia Airlines com 298 passageiros a bordo caiu na última quinta-feira na região leste de Donetsk, palco de combates entre as forças governamentais da Ucrânia e os rebeldes pró-russos.

A aeronave fazia a rota entre Amsterdã e Kuala Lumpur e suspeita-se que foi abatida por um míssil terra-ar, segundo o serviço de inteligência dos Estados Unidos.

As autoridades ucranianas e os insurgentes pró-russos trocaram acusações sobre quem foi responsável pela derrubada do avião.

A maioria dos passageiros, 193, era de nacionalidade holandesa, um deles com dupla nacionalidade americana.

Também estavam a bordo do voo MH17 43 malaios (incluídos os 15 membros da tripulação e dois bebês), 27 australianos, 12 indonésios (entre eles um bebê), dez britânicos (um deles com dupla nacionalidade sul-africana), quatro alemães, quatro belgas, três filipinos, um canadense e um neozelandês.

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