Assentamentos: uma grande parte da comunidade internacional considera a colonização como um obstáculo para a paz entre israelenses e palestinos (Baz Ratner/Reuters)
AFP
Publicado em 9 de fevereiro de 2017 às 17h41.
Mais de 421.000 colonos israelenses viviam no fim de 2016 na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel há 50 anos, ou seja 3,9% a mais que em 2015, indicou nesta quinta-feira (9) Yesha, principal organização de colonos.
Estes números levam em conta os israelenses que vivem na Cisjordânia ocupada, mas não em Jerusalém Oriental ocupada e anexada, onde, segundo o Jerusalem Institute for Israel Studies, 203.490 israelenses viviam em bairros de colonização em 2014.
Estas estimativas são publicadas após o Parlamento de Israel adotar, nesta semana, uma polêmica lei que facilita a apropriação de centenas de hectares de terras palestinas na Cisjordânia.
A lei, adotada na segunda-feira (6), possibilita que Israel exproprie, sob compensação, os proprietários palestinos de terrenos particulares situados na Cisjordânia ocupada e onde os colonos israelenses construíram sem autorização.
O objetivo é legalizar, de acordo com o Direito israelense, as chamadas colônias "selvagens", que não obtiveram todas as autorizações necessárias dos responsáveis israelenses, e evitar demolições por decisão judicial.
Duas organizações de defesa dos direitos humanos enviaram, na quarta-feira (8), o primeiro recurso para a Suprema Corte para anular a lei.
Nas últimas semanas Israel considerou que o novo presidente Donald Trump é mais favorável a suas políticas e, aproveitando sua chegada, realizou cinco anúncios de colonização que envolvem seis mil moradias na Cisjordânia e Jerusalém Oriental ocupadas.
Israel diferencia as colônias reconhecidas das "selvagens". Mas a Cisjordânia é um território ocupado por Israel desde 1967 e de acordo com o Direito Internacional, todas as colônias lá são ilegais.
Uma grande parte da comunidade internacional considera a colonização como um obstáculo para a paz entre israelenses e palestinos.