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Maior atentado em anos mata 31 pessoas em Xinjiang

China culpa militantes separatistas de Xinjiang pela série de ataques com facas e bombas realizados nos últimos meses

Caminhões de bombeiros em local de ataque: China classificou ataque como um "sério incidente violento terrorista"  (CNS/Reuters)

Caminhões de bombeiros em local de ataque: China classificou ataque como um "sério incidente violento terrorista" (CNS/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2014 às 11h27.

Pequim - Explosivos lançados a partir de dois veículos que avançaram sobre uma feira na província chinesa de Xinjiang mataram 31 pessoas nesta quinta-feira, noticiou a mídia estatal. Foi o ato violento com mais mortes nos últimos anos na conturbada região, situada no oeste do país.

A China classificou o ataque ocorrido na capital regional, Urumqi, como um "sério incidente violento terrorista" e o chefe da segurança interna, Meng Jianzhu, prometeu intensificar a repressão contra a "arrogância dos terroristas".

Noventa e quatro pessoas ficaram feridas. A China culpa militantes separatistas de Xinjiang pela série de ataques com facas e bombas realizados nos últimos meses.

Os veículos se chocaram contra os clientes de uma feira ao ar livre, informaram testemunhas, segundo a agência de notícias Xinhua. Explosivos foram arremessados das janelas e um dos veículos explodiu.

Uma testemunha contou à Reuters ter visto as consequências das explosões enquanto ia para o trabalho. "O ar estava tomado pelo cheiro de pólvora e o som do choro das pessoas", disse ele. "Simplesmente havia muitas (vítimas), pessoas idosas que estavam no mercado pela manhã."

O proprietário de um negócio no local disse à Xinhua ter escutado dezenas de explosões próximas ao parque Renmin, no centro de Urumqi. Xinjiang tem sido assolada pela violência nos últimos anos, mas ativistas de direitos civis e grupos de exilados afirmam que as rígidas políticas do governo para a região são as responsáveis por alimentar o descontentamento.

Dilxa Raxit, porta-voz do Congresso Mundial Uigur, que opera no exílio, disse em um email enviado à Reuters não ter certeza sobre quem cometeu o atentado. Ele acredita que as políticas de Pequim relacionadas à região precisam ser revistas.

"A volatilidade da situação e as políticas repressivas de Pequim naquela área têm um relação direta com isso", disse Raxit. "Eu peço a Pequim que não utilize esse incidente como uma desculpa para expandir políticas repressivas, mas em vez disso ajuste as políticas e melhore uma situação em deterioração." 

"Terroristas cheios de arrogância"

O governo de Xinjiang não estava imediatamente disponível para comentar, mas o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hong Lei, disse que o ataque "deveria ser condenado de forma conjunta pelo povo chinês e pela comunidade internacional." "O governo chinês tem a confiança e a capacidade para combater os terroristas", disse Hong em meio aos comunicado feitos diariamente pelo ministério.

"Esses terroristas estão cheios de arrogância. Os planos deles não terão sucesso." O presidente Xi Jinping disse que a polícia iria intensificar a proteção em torno de possíveis alvos de ataques e prometeu "punir severamente os terroristas", segundo informou a Xinhua.

O ataque foi o que mais deixou vítimas fatais em uma série recente de atentados em locais públicos na China.

Em março, 29 pessoas foram mortas a facadas em uma estação ferroviária na cidade de Kunming. Um ataque com bombas e facas no início de maio em Urumqi matou uma pessoa e feriu 79. Um carro foi incendiado nos arredores da Praça da Paz Celestial, em Pequim, em outubro, matando cinco pessoas.

A China acusa militantes islâmicos de Xinjiang pelos atentados. Xinjiang, província rica em recursos e localizada estrategicamente na fronteira com a Ásia central, abriga o povo uigur, que fala uma língua turca e possui cultura distinta da maioria na China, de etnia han.

Nas últimas semanas, a China intensificou a repressão contra os uigures na região, prendendo dezenas por espalhar propaganda extremista e fabricar armas, entre outras acusações.

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