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Mãe de Ai Weiwei hipoteca casa para ajudar a pagar multa do filho

Mãe do ativista chinês ajudou o filho a pagar a multa de US$ 2,3 milhões por suposta evasão fiscal

Simpatizantes de Weiwei continuam fazendo doações através da internet para ajudá-lo com a multa (Peter Macdiarmid/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2011 às 05h20.

Pequim - A mãe do artista e dissidente chinês Ai Weiwei revelou nesta terça-feira que hipotecou sua casa em Pequim para ajudar a pagar a multa de US$ 2,3 milhões por suposta evasão fiscal que impuseram a seu filho, enquanto seus simpatizantes continuam fazendo doações através da internet.

'A única coisa que posso fazer é usar minha casa. Vou hipotecá-la e depois a leiloarei. Quero resolver esta dívida', disse a mãe do artista, a poetisa Gao Ying, de 79 anos e viúva do venerado poeta revolucionário Ai Qing.

'Quero que meu filho seja livre. Não quero que seja levado de novo as autoridades, nem ele nem minha nora, Lu Qing, nem seu sócio, Liu Zhenggang, nem seu contador, que podem estar envolvidos', afirmou Gao em comunicado divulgado hoje pela organização não-governamental Human Rights in China.

O artista responsável pelo desenho do Estádio Olímpico de Pequim foi preso ilegalmente em abril e permaneceu detido 81 dias, após os quais foi libertado sob a condição de não abandonar Pequim, não conceder entrevistas nem publicar opiniões na internet.

As autoridades acusam Weiwei de evasão de impostos, mas tanto o artista como seus parentes e fãs garantem que o motivo real é uma represália por sua aberta oposição ao regime do Partido Comunista da China (PCCh).

'Falaram de crimes financeiros para justificar o que fizeram. Quando levaram Weiwei, não encontraram atos subversivos, nem conexões com a Revolução Jasmim (uma tentativa de emular a Primavera Árabe na China)', declarou Gao.

As autoridades informaram que Weiwei, de 54 anos, confessou seus delitos durante o tempo em que esteve detido, o que, segundo sua mãe, 'é absurdo', pois seu filho 'nunca foi formalmente detido nem acusado'.

Gao Ying lembrou que as autoridades começaram a ameaçar Ai Weiwei quando o artista realizou uma investigação independente sobre o desabamento de escolas durante o terremoto de Sichuan, em 2008, no qual morreram milhares de crianças, vinculando a tragédia à corrupção.

Enquanto isso, continua a campanha dos simpatizantes do artista para ajudá-lo a pagar a multa antes da data prevista (15 de novembro). Segundo informam na internet os organizadores do movimento, os 'créditos' já totalizam quase US$ 945 mil, mais de um terço do valor da multa.

A prisão de Ai Weiwei foi a mais destacada entre as centenas de ativistas, intelectuais, advogados e artistas que foram acossados, detidos ou torturados desde fevereiro, em uma campanha do regime chinês para impedir qualquer emulação da Primavera Árabe em seu território.

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'A única coisa que posso fazer é usar minha casa. Vou hipotecá-la e depois a leiloarei. Quero resolver esta dívida', disse a mãe do artista, a poetisa Gao Ying, de 79 anos e viúva do venerado poeta revolucionário Ai Qing.

'Quero que meu filho seja livre. Não quero que seja levado de novo as autoridades, nem ele nem minha nora, Lu Qing, nem seu sócio, Liu Zhenggang, nem seu contador, que podem estar envolvidos', afirmou Gao em comunicado divulgado hoje pela organização não-governamental Human Rights in China.

O artista responsável pelo desenho do Estádio Olímpico de Pequim foi preso ilegalmente em abril e permaneceu detido 81 dias, após os quais foi libertado sob a condição de não abandonar Pequim, não conceder entrevistas nem publicar opiniões na internet.

As autoridades acusam Weiwei de evasão de impostos, mas tanto o artista como seus parentes e fãs garantem que o motivo real é uma represália por sua aberta oposição ao regime do Partido Comunista da China (PCCh).

'Falaram de crimes financeiros para justificar o que fizeram. Quando levaram Weiwei, não encontraram atos subversivos, nem conexões com a Revolução Jasmim (uma tentativa de emular a Primavera Árabe na China)', declarou Gao.

As autoridades informaram que Weiwei, de 54 anos, confessou seus delitos durante o tempo em que esteve detido, o que, segundo sua mãe, 'é absurdo', pois seu filho 'nunca foi formalmente detido nem acusado'.

Gao Ying lembrou que as autoridades começaram a ameaçar Ai Weiwei quando o artista realizou uma investigação independente sobre o desabamento de escolas durante o terremoto de Sichuan, em 2008, no qual morreram milhares de crianças, vinculando a tragédia à corrupção.

Enquanto isso, continua a campanha dos simpatizantes do artista para ajudá-lo a pagar a multa antes da data prevista (15 de novembro). Segundo informam na internet os organizadores do movimento, os 'créditos' já totalizam quase US$ 945 mil, mais de um terço do valor da multa.

A prisão de Ai Weiwei foi a mais destacada entre as centenas de ativistas, intelectuais, advogados e artistas que foram acossados, detidos ou torturados desde fevereiro, em uma campanha do regime chinês para impedir qualquer emulação da Primavera Árabe em seu território.

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