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Macron é criticado por "comemorar vitória" na eleição

Os oponentes do candidato descreveram o comportamento de Macron como arrogante e superficial

Emmanuel Macron: pesquisas de opinião indicam uma vitória confortável do centrista sobre Le Pen no segundo turno em 7 de maio (Christian Hartmann/Reuters)

Emmanuel Macron: pesquisas de opinião indicam uma vitória confortável do centrista sobre Le Pen no segundo turno em 7 de maio (Christian Hartmann/Reuters)

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Reuters

Publicado em 25 de abril de 2017 às 21h45.

Paris - O candidato presidencial francês Emmanuel Macron foi alvo de críticas nesta terça-feira de prováveis aliados e de sua rival no segundo turno, Marine Le Pen, por agir como se a vitória na eleição do próximo mês já estivesse garantida.

A visita de Macron a uma brasserie (restaurante) na noite de domingo, após seu triunfo no primeiro turno, gerou críticas em especial de seus oponentes, que descreveram o ato como comportamento arrogante e superficial.

Macron, ex-banqueiro de investimentos de 39 anos, derrotou a candidata da Frente Nacional para conseguir o primeiro lugar na disputa de domingo.

E pesquisas de opinião indicam uma vitória confortável sobre Le Pen no segundo turno em 7 de maio.

Ele subiu em um palco para agradecer seus apoiadores em discurso de 15 minutos com seus braços levantados formando um V de vitória, antes de seguir com assessores e algumas celebridades para a brasserie La Rotonde.

"Eles estavam se dando tapinhas nas costas com o grupo todo de celebridades", disse Le Pen durante visita nesta terça-feira a um mercado atacadista próximo a Paris. "Isto mostra que este elenco arrogante pensa que já venceu e pode fazer o que quiser com o país."

Macron, um centrista que nunca exerceu um cargo público, seria o presidente mais jovem da França.

Ele ficou em silêncio no dia após a votação, deixando um campo aberto para Le Pen, que pediu apoio no norte da França, onde o índice de desemprego é alto.

Ela atacou Macron por ser "fraco" em face ao terrorismo, dias após um militante islâmico matar um policial na avenida Champs Elysées.

Falando após o presidente François Hollande alertar anteriormente contra assumir a vitória como garantida, Macron disse estar mais determinado do que nunca a derrotar Le Pen.

"Alguns acordam de ressaca porque Le Pen está lá. Eu não", disse Macron a repórteres após sua primeira viagem de campanha desde domingo.

"Nada está vencido. Se as coisas estivessem vencidas, nós não teríamos visto como as outras eleições se desenrolaram. Não considerei por um minuto que havia vencido. Minha batalha é derrotar Marine Le Pen."

Líderes políticos dos dois maiores partidos da França de esquerda e direita endossaram Macron, incluindo o impopular presidente socialista, François Hollande, e o candidato conservador derrotado François Fillon.

Mas a percepção de complacência pode ser um grande risco para a tentativa de Macron de chegar à Presidência.Institutos de pesquisa dizem que um baixo comparecimento às urnas favoreceria Le Pen.

Analistas políticos compararam as ações de Macron com a postura do ex-presidente Jacques Chirac em 2002, quando Jean-Marie Le Pen, pai de Marine que fundou o partido da Frente Nacional, chocou o establishment ao chegar na disputa em segundo turno.

Nessa ocasião, Chirac fez uma grave declaração de cinco minutos.

Ele ganhou de Le Pen pai com grande margem no segundo turno.

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