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Lula é peça-chave tanto para transição na Venezuela quanto para ajudar Maduro, diz Guaidó

Ex-presidente da Assembleia Nacional extá exilado em Miami há 15 meses

JJuan Guaido, líder da oposição da Venezuela, fala durante um evento no Center for Strategic and International Studies (CSIS) em Washington, DC, EUA, na sexta-feira, 5 de maio de 2023 (Sarah Silbiger/Getty Images)

JJuan Guaido, líder da oposição da Venezuela, fala durante um evento no Center for Strategic and International Studies (CSIS) em Washington, DC, EUA, na sexta-feira, 5 de maio de 2023 (Sarah Silbiger/Getty Images)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 7 de agosto de 2024 às 10h59.

Última atualização em 7 de agosto de 2024 às 11h16.

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O líder opositor no exílio Juan Guaidó afirmou nesta quarta-feira em entrevista à Agência EFE que os venezuelanos já fizeram tudo para recuperar a democracia e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ser “uma peça-chave” para materializar a transição eleitoral na Venezuela como "interlocutor" do presidente Nicolás Maduro.

Lula está em um momento em que suas ações falarão por ele. Se conseguir fazer com que Maduro reconheça sua derrota e passarmos para uma transição, será uma peça-chave. Do contrário, estará dando tempo a Maduro”, declarou Guaidó.

O ex-presidente da Assembleia Nacional venezuelana destacou que sempre são necessários mediadores para estabelecer uma negociação. “Para mim hoje Lula é um interlocutor de Maduro”, ressaltou.

Guaidó, que está exilado nos Estados Unidos há 15 meses, frisou que, depois da “vitória eleitoral” de 28 de julho passado, é preciso dar tempo à diplomacia, mas um tempo “finito, urgente”, que garanta o reconhecimento como presidente eleito de Edmundo González Urrutia, o candidato da oposição nas últimas eleições.

"A Venezuela venceu. Não é pouca coisa. Acho que é aí que tudo tem que começar e é daí que vem o reconhecimento do mundo. É daí que vem a possibilidade de uma transição pacífica", comentou.

Depois de lembrar que através da diplomacia ele mesmo foi reconhecido por 60 nações como presidente interino da Venezuela, salientou que desta vez “é mais claro, muito mais óbvio, não só a fraude que Maduro comete, mas também o grotesco roubo da vontade popular”.

Guaidó acrescentou que, se conseguiram isso em 2019, conseguirão este ano com “a ajuda de Estados Unidos, Panamá, Argentina, Equador e Uruguai e de muitos outros países, incluindo o Chile, que disseram que Maduro não venceu”.

Para o opositor exilado, dentro da diplomacia há muitas formas de reconhecer a vitória de González Urrutia e agora “o envolvimento dos presidentes da região é pertinente e urgente, para além da gestão que Lula está fazendo”.

Por fim, Guaidó opinou que recorrer à repetição das eleições “seria voltar a vitimar-nos como sociedade”, uma vez que os pleitos também deixaram um “saldo muito duro de 2.000 ou mais detidos até o momento, 20 assassinados, líderes presos, na clandestinidade, em fuga ou no exílio".

"Derrotamos Maduro. Isso tem de nos aproximar da democracia e, portanto, do regresso (ao país), não só do meu, mas de milhões. Continuo esperançoso em regressar a um país seguro e em reconstrução", finalizou. 

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