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Lula deve conversar com presidente da Guiana durante COP28 para tratar de ameaças da Venezuela

A ideia do Palácio do Planalto é que o presidente brasileiro possa fazer um trabalho de mediação da relação do país

Brasil e Venezuela: governo brasileiro tem demonstrado preocupação com a escalada dos ataques venezuelanos (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 28 de novembro de 2023 às 11h13.

A diplomacia do governo Luiz Inácio Lula da Silva negocia uma reunião bilateral com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), que será realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

A ideia do Palácio do Planalto é que o presidente brasileiro possa fazer um trabalho de mediação da relação do país com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. O chavista tem feito ameaças de invasão e anexação de quase dois terços do país vizinho.

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Lula participará da cúpula do clima nos dias 1 e 2 de dezembro, ocasião em que 140 chefes de Estado e de governo vão debater as mudanças climáticas. A conversa com Irfaan Ali deve ocorrer às margens da conferência.

O governo brasileiro tem demonstrado preocupação com a escalada dos ataques venezuelanos. No dia 3 de dezembro, o país fará um referendo no qual os eleitores irão responder se a chamada "Guiana Essequibo" deve ser anexada.

Compromissos na Arábia

Nesta terça-feira, Lula cumpre agenda na Arábia Saudita. Depois, irá ao Catar e, em seguida, à COP28. Antes de retornar ao Brasil, ainda passa pela Alemanha - o desembarque em Brasília está previsto para o dia 6 de dezembro.

Na semana passada, em reunião com chanceleres e ministros da Defesa da América do Sul, a Venezuela continuou a adotar uma retórica agressiva contra o país vizinho. Após o encontro, realizado, no Itamaraty, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, defendeu o "diálogo" para a superação de discordâncias sobre limites de fronteira.

Há duas semanas, O GLOBO informou que o presidente da Guiana chegou a fazer uma videoconferência com Lula classificada de urgência, para tratar da crise militar.

Na semana, o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, viajou a Caracas para ouvir, diretamente de Maduro, as razões da posição venezuelana.

O governo entende que o caso pode gerar um problema de insegurança "há muito" não verificado na região. Tanto a Venezuela quanto a Guiana fazem fronteira com o Brasil, e são banhadas pelo Oceano Atlântico. Na parte de "Essequibo", há poços de petróleo em mar aberto explorados pela companhia americana Exxon Mobil, o que despertou a ira de Maduro pela "exploração ilegal das terras deixadas pelos libertadores".

Caso seja anexada, a faixa do território teria fronteira direta com o Brasil, além de se estender até o litoral.

Segundo Maduro, a História da região de Essequibo é "complexa", mas as atuais fronteiras foram "fraudadas" pelo "colonialismo britânico".

A Guiana é uma ex-colônia britânica, cuja língua oficial é o inglês, e quadruplicou sua economia nos últimos cinco anos. Em razão da exploração de petróleo, só em 2023 deve expandir 38%, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI)

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