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Líderes europeus discutem crise migratória em Roma

O encontro é considerado emblemático por acontecer no Capitólio de Roma, onde foi assinado o Tratado de Roma em 1957


	Imigração: o encontro é considerado emblemático por acontecer no Capitólio de Roma, onde foi assinado o Tratado de Roma em 1957
 (Max Rossi / Reuters)

Imigração: o encontro é considerado emblemático por acontecer no Capitólio de Roma, onde foi assinado o Tratado de Roma em 1957 (Max Rossi / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de maio de 2016 às 11h25.

Os principais líderes europeus se reúnem nesta quinta e sexta-feira em Roma para estudar as propostas da Itália ante a crise dos migrantes.

A chanceler alemã, Angela Merkel, abre oficialmente as reuniões com um encontro com o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, na sede do governo.

O italiano também se reunirá com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Junker, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz.

O encontro é considerado emblemático por acontecer no Capitólio de Roma, onde foi assinado o Tratado de Roma em 1957.

A União Europeia (UE) se prepara para enfrentar momentos agitados com o reinício das negociações sobre a dívida grega, o referendo britânico sobre a proposta de sair da UE e as exigências da Itália para uma resposta comum à crise migratória.

Os controles nas fronteiras decididos por vários países europeus também provocam debate sobre o Tratado de Schengen, que prevê a livre circulação de pessoas em quase toda a UE.

A Áustria ameaçou adotar controles rígidos no túnel de Brenner, ponto estratégico que une o país à Itália, o que fragiliza ainda mais o projeto de integração continental iniciado há quase 60 anos.

"Esta crise é mais perigosa que a da moeda, o euro, nos últimos anos", advertiu o ministro da Economia italiano, Pier Carlo Padoan.

Com a chegada de mais de 28.500 migrantes desde o início do ano, a Itália voltou a ser a principal porta de entrada na Europa dos migrantes que atravessam o Mediterrâneo, depois do fechamento da rota dos Bálcãs e do polêmico acordo da UE com a Turquia.

Ao contrário dos anos anteriores, os migrantes não poderão prosseguir a rota para o norte da Europa. A Itália terá que aplicar o rigor imposto pela UE para a identificação dos viajantes, que não poderão solicitar asilo a outros países do continente.

Diante da crise, a Itália propôs à UE um plano, chamado "Migration Compact", centrado na ajuda aos países de origem dos migrantes e na cooperação com as nações de "trânsito".

O plano tem como objetivo obter um acordo com a Líbia similar ao assinado com a Turquia.

Na sexta-feira, Angela Merkel terá uma audiência privada com o papa Francisco no Vaticano, antes da entrega ao pontífice, em uma cerimônia oficial, do prêmio Carlomagno por sua "contribuição à unidade europeia".

O tema dos migrantes certamente será abordado no discurso do papa, que receberá o prêmio das mãos de Merkel e dos presidentes da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker; do Parlamento Europeu, Martin Schulz, e do Conselho da UE, Donald Tusk, todos agraciados com o prêmio em anos anteriores.

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