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Líderes do Oriente Médio pedem que Trump colabore em conflitos

Trump, sem experiência diplomática, não falou até o momento da sua estratégia para a região

Bashar al-Assad: a televisão síria exibiu ao vivo o discurso da vitória de Trump (AFP/AFP)

Bashar al-Assad: a televisão síria exibiu ao vivo o discurso da vitória de Trump (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 9 de novembro de 2016 às 14h40.

Vários líderes do Oriente Médio pediram nesta quarta-feira ao presidente americano eleito, Donald Trump que ajude a resolver as muitas crises que abalam a região.

O rei Salman da Arábia Saudita, uma das principais potências regionais, desejou a Trump sucesso em "sua missão de alcançar a segurança e a estabilidade no Oriente Médio e no mundo".

Por sua vez, Abdel Fattah al Sisi, presidente do Egito, o país mais populoso do Oriente Médio, expressou a esperança de que a futura administração Trump dê um "novo impulso" à diplomacia na região.

"Se você olhar para o Oriente Médio verá o caos total", declarou Trump durante a sua campanha, acrescentando que a política do presidente Barack Obama tinha sido um "desastre".

A questão mais urgente será a das ofensivas militares em Raqa e Mossul, os dois últimos redutos do grupo Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque.

Trump, sem experiência diplomática, não falou até o momento da sua estratégia para a região.

O premiê iraquiano, Haider al Abadi, expressou a esperança de que os Estados Unidos vão "continuar a apoiar" a luta "contra o terrorismo."

Na Síria, o governo do presidente Bashar al-Assad recebeu a vitória de Trump como "uma boa surpresa", declarou à AFP Waddah Abed Rabbo, diretor do jornal oficialista Al Watan.

A televisão síria exibiu ao vivo o discurso da vitória de Trump, algo totalmente incomum.

No Twitter, as organizações favoráveis ao regime comemoraram a vitória republicana.

O governo sírio espera "uma mudança de política nos Estados Unidos" e que "não seja mais refém dos desejos dos países do Golfo", como a Arábia Saudita e Qatar, que apoiam a rebelião, disse Abed Rabbo.

"Assad odeia o Estado Islâmico (EI). O EI odeia Assad. Eles lutam entre si e nós devemos combater os dois? O EI é uma ameaça maior para nós do que Assad", disse Trump, admirador do presidente russo, Vladimir Putin, em junho, ao New York Times.

Enquanto isso, os grupos rebeldes cobraram uma política diferente, pois a "experiência com a administração de Obama não foi boa", segundo Bassam Mustafa, membro do conselho político do Nurredine al-Zinki, um dos principais grupos rebeldes no norte da Síria.

Já o Irã reagiu rapidamente ao ressaltar que o mais importante é que "o futuro presidente dos Estados Unidos respeite os acordos, compromissos", de acordo com o ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif.

O presidente iraniano Hassan Rohani disse que Trump não irá reverter o acordo nuclear de 2015 entre o Irã e as grandes potências apoiado pela ONU.

Durante a campanha, Trump declarou que iria rasgar o acordo assinado em julho de 2015 entre o Irã e as seis grandes potências (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia, China e Alemanha).

"O Trump presidente será diferente do Trump da campanha", considerou o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento iraniano, Allaeddine Borujerdi.

Também é altamente esperada a política que Trump adotará no conflito israelense-palestino.

"O presidente eleito é um verdadeiro amigo de Israel", afirmou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em sua mensagem de felicitações.

Netanyahu, que manteve relações tensas com Obama, não fez qualquer menção ao conflito com os palestinos nem sobre a polêmica promessa de Trump de mudar a embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém.

Mas um de seus ministros, Naftali Bennett, líder do lobby dos colonos, disse que a vitória Trump "oferece a Israel a possibilidade de renunciar imediatamente a ideia de criar um Estado palestino".

Em Ramallah, a presidência palestina disse que estava "pronta para trabalhar" com Trump para estabelecer um Estado palestino independente coexistindo com Israel.

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