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Líder trabalhista diz que ministro britânico exagera ao acusar Rússia

Segundo o político, Boris Johnson está exagerando ao afirmar durante campanha que um laboratório confirmou que o agente utilizado em Skripal é russo

Caso Skripal: nenhum laboratório conseguiu confirmar a origem da substância utilizada no ex-espião (Mary Turner/Reuters)

Caso Skripal: nenhum laboratório conseguiu confirmar a origem da substância utilizada no ex-espião (Mary Turner/Reuters)

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EFE

Publicado em 4 de abril de 2018 às 11h52.

Londres - O líder do Partido Trabalhista britânico, Jeremmy Corbyn, acredita que o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson, "está exagerando" ao acusar diretamente a Rússia de ser responsável pelo envenenamento do ex-espião Sergei Skripal e sua filha.

Corbyn lembrou nesta quarta-feira, em um ato de campanha realizado em Watford, no noroeste de Londres, que Johnson supostamente se baseou na informação que recebeu do Laboratório de Ciência e Tecnologia de Defesa de Porton Down, que identificou a substância como "Novichok".

O ministro garantiu em entrevista no dia 20 de março para uma emissora de televisão alemã que "os (especialistas) de Porton Down foram absolutamente categóricos" ao dizer que "não havia dúvida" quando questionados se tinham certeza de que o agente nervoso vinha da Rússia.

No entanto, o executivo-chefe desse centro militar, Gary Aitkenhead, afirmou ontem que eles não haviam "verificado" a procedência da toxina.

"Identificamos que era da família 'Novichok' e que é de tipo militar, mas o nosso trabalho não é determinar onde (a substância) foi realmente fabricada", afirmou o executivo-chefe de Porton Down.

Assim, o líder da oposição britânica opinou hoje que "ou o ministro das Relações Exteriores tem informação que não compartilha com Porton Down ou exagerou em suas declarações".

"Necessitamos chegar à fonte para evitar que isso volte a acontecer", acrescentou Corbyn.

Nesse sentido, a emissora "BBC" publicou hoje que o Ministério das Relações Exteriores britânico apagou uma mensagem postada no Twitter em 22 de março no qual afirmava que o laboratório havia "deixado claro" que o agente nervoso era de tipo "Novichok" e tinha sido fabricado na Rússia.

Um porta-voz do governo britânico manifestou que Johnson não baseou sua acusação à Rússia na entrevista à emissora alemã somente na informação proporcionada por Porton Down, mas esta foi complementada com a do Serviço de Inteligência e com "a ausência de uma explicação alternativa".

"O que disse então o ministro das Relações Exteriores e o que disse recentemente Porton Down é totalmente coerente com o que estamos afirmando o tempo todo. É a Rússia quem está apresentando múltiplas versões do sucedido e ocultando a verdade", disse o porta-voz.

Hoje completa um mês do ataque ao ex-espião russo Sergei Skripal, de 66 anos, e à sua filha Yulia, de 33, na cidade inglesa de Salisbury, pelo qual permanecem hospitalizados.

 

 

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