Líder sul-coreano diz que manterá sanções contra Coreia do Norte
O objetivo da Coreia do Sul é a desnuclearização da Coreia do Norte, nada menos, disse Moon em comentários distribuídos pela Casa Azul
Reuters
Publicado em 7 de março de 2018 às 14h04.
Seul/Washington - O presidente da Coreia do Sul , Moon Jae-in, disse nesta quarta-feira que as sanções impostas à Coreia do Norte não serão amenizadas em virtude de uma cúpula entre os dois países vizinhos, enquanto a mídia estatal chinesa reforçou a postura de Pequim, segundo a qual o diálogo é a única maneira de encerrar o impasse nuclear.
Autoridades sul-coreanas se encontraram com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, na segunda-feira, a primeira reunião deste tipo, e disseram que ele demonstrou disposição para uma desnuclearização se a segurança de seu país estiver garantida.
Já o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , disse que a Coreia do Norte parece "sincera" em sua disposição aparente para suspender seus testes nucleares se tiver conversas sobre a desnuclearização com os EUA.
As tensões alcançaram seus níveis mais elevados em anos devido aos programas nuclear e de mísseis de Pyongyang, que o regime desenvolve desafiando resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), e recentemente Kim Jong Un e Trump recorreram a uma retórica áspera e beligerante.
A Coreia do Norte alardeia seus planos para desenvolver um míssil com ogiva nuclear capaz de atingir o território continental dos EUA, mas os temores de uma guerra de grandes proporções foram atenuados no mês passado, coincidindo com a participação norte-coreana na Olimpíada de Inverno, realizada na Coreia do Sul.
"Vendo as notícias no Twitter, acredito que o presidente Trump está positivo a respeito dos resultados da visita (de autoridades sul-coreanas) à Coreia do Norte", disse Moon a líderes de partidos políticos.
"Entretanto, como isto é só o início, acredito que ainda não estamos em uma situação na qual possamos ser otimistas".
Moon acrescentou que não pretende suavizar as sanções. "Só porque há conversas acontecendo entre as Coreias do Norte e do Sul não significa que sanções internacionais possam ser amenizadas. Não pode haver uma amenização arbitrária de sanções; não desejamos fazê-lo, e digo a vocês que agora isto é impossível".
O objetivo da Coreia do Sul é a desnuclearização da Coreia do Norte, nada menos, disse Moon em comentários distribuídos pela Casa Azul.
As duas Coreias ainda estão tecnicamente em guerra, porque seu conflito de 1950-53 terminou em uma trégua, não um tratado de paz. Pyongyang defende seus programas de armas dizendo que são necessários como contraposição a uma agressão dos EUA - que têm 28.500 soldados na Coreia do Sul, um legado da Guerra da Coreia.
Os dois vizinhos da península coreana farão a primeira reunião entre seus líderes desde 2007 no vilarejo de fronteira de Panmunjom, disse o chefe da delegação sul-coreana, Chung Eui-yong, na terça-feira.