Líder da oposição russa, Alexei Navalny: ele não conseguiu concorrer na eleição presidencial de 18 de março (Stringer/Reuters)
EFE
Publicado em 5 de maio de 2018 às 11h17.
Moscou - A polícia prendeu neste sábado o líder opositor Alexei Navalny no centro de Moscou, em um protesto sob o lema "Não é o nosso czar" que o mesmo havia convocado às vésperas da posse do presidente da Rússia, Vladimir Putin.
A participação na manifestação não foi autorizada pela Câmara Municipal de Moscou. A polícia usou a força durante a detenção do líder opositor e de vários manifestantes que o acompanhavam, segundo informou o jornal "Novaya Gazeta".
"As detenções foram muito duras. As pessoas foram golpeadas contra o asfalto e com os cassetetes policiais", afirmou a publicação.
Dezenas de pessoas foram detidas em Moscou, segundo veículos de imprensa opositores que transmitem ao vivo o protesto do centro da capital russa.
Milhares de pessoas atenderam à convocação de Navalny no centro de Moscou e em São Petersburgo, as duas maiores cidades do país, apesar das advertências das autoridades municipais.
A Câmara Municipal de Moscou advertiu que a polícia pode atuar contra os cidadãos que se juntarem à manifestação, considerada "provocação e total irresponsabilidade" por Vladimir Chernikov, chefe municipal de Segurança.
Chernikov alertou nesta sexta-feira os habitantes de Moscou para que "estejam atentos ao que acontecer no centro da cidade", e advertiu que "esta questão está dentro da competência das forças da ordem".
Por outro lado, mais de 200 pessoas foram detidas hoje em diversas cidades de toda a Rússia no protesto, sobretudo em algumas da Sibéria e do Extremo Oriente russo.
Navalni convocou uma manifestação na cêntrica rua Tverskaya apesar da proibição da Câmara Municipal, que ofereceu outros lugares na periferia da cidade para o protesto.
A manifestação acontece dois dias antes da posse do presidente russo, Vladimir Putin. O líder opositor fez campanha eleitoral para as eleições presidenciais de 18 de março, mas não pôde concorrer ao pleito por seus antecedentes penais em um caso que Navalny classifica como perseguição política.