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Libéria restringirá cobertura do ebola pela imprensa

Autoridades liberianas estabeleceram áreas restritas de atendimento aos pacientes com ebola, onde serão proibidos fotos, vídeos e gravações de áudio

Ebola na Libéria: governo defende que ao restringir as informações relacionadas à luta contra o ebola, protegerão a privacidade dos pacientes e dos trabalhadores (Pascal Guyot/AFP)
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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2014 às 16h14.

Monróvia - O governo da Libéria anunciou nesta quinta-feira medidas para restringir o acesso dos meios de comunicação aos centros de saúde que oferecem tratamento para pessoas contaminadas pelo vírus do ebola no país, o mais afetado pela epidemia que assola África Ocidental desde o início deste ano.

As autoridades liberianas estabeleceram áreas restritas de atendimento aos pacientes com ebola, onde serão proibidos fotos, vídeos e gravações de áudio.

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"É necessário melhorar o entendimento da situação em que se encontra o sistema de saúde na Libéria em nível local e mundial", disse o vice-ministro liberiano de Saúde, Tolbert Nyenswah, em entrevista coletiva.

O governo defende que ao restringir as informações relacionadas à luta contra o ebola, protegerão a privacidade dos pacientes e dos trabalhadores, assim como a saúde e a segurança de jornalistas locais e internacionais.

Todas as entrevistas escritas e os documentos de áudio ou vídeo gravados no interior de centros de saúde ou em áreas restritas serão supervisionados pelo governo liberiano, advertiu Nyenswah, que também é chefe da equipe que combate o ebola.

"A ordem descreve os procedimentos que a imprensa deve seguir para conseguir a autorização para a realização de vídeos, fotografias e entrevistas nos centros de saúde enquanto trabalhamos na resposta nacional ao ebola", assegurou.

O Sindicato da Imprensa da Libéria considera que esta medida é, na prática, uma censura à atividade dos jornalistas.

Este surto de ebola, o mais grave desde que a descoberta da doença, começou em Guiné em março e se estendeu para Libéria, Serra Leoa, Nigéria e Senegal.

Desde então, o vírus já causou a morte de mais de 3.100 pessoas, a maioria em Serra Leoa, Libéria e Guiné.

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