Mundo

Libéria decreta estado de emergência por ebola

Presidente cita contatos com os defuntos nos rituais funerários como razão para a propagação da doença, em particular nas províncias


	Libéria: muitos mortos ficaram insepultos nas ruas ou abandonados nas casas
 (Samaritans Purse/Divulgação via Reuters)

Libéria: muitos mortos ficaram insepultos nas ruas ou abandonados nas casas (Samaritans Purse/Divulgação via Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2014 às 21h19.

Monróvia - A presidente da <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/liberia">Libéria</a></strong>, Ellen Johnson Sirleaf, decretou na madrugada desta quinta-feira o estado de emergência no país, diante de uma epidemia do vírus <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/ebola">Ebola</a></strong> que "exige medidas extraordinárias para a sobrevivência do Estado".</p>

Em um discurso à nação, a presidente recordou as medidas adotadas há duas semanas na Libéria para deter o contágio, incluindo a licença obrigatória de 30 dias para funcionários não-essenciais, o fechamento das escolas e a desinfeção dos locais públicos, "e apesar de tudo a ameaça segue aumentando".

"A ignorância, a pobreza e as práticas culturais e religiosas seguem exacerbando a propagação da doença, em particular nas províncias", destacou Sirleaf, se referindo especialmente aos contatos com os defuntos nos rituais funerários.

"A magnitude e a escala da epidemia e a virulência do Ebola superam agora as capacidades e prerrogativas de qualquer agência governamental ou ministério", advertiu a presidente liberiana.

"O vírus Ebola e as consequências da doença constituem agora um transtorno que afeta a existência, a segurança e o bem-estar da República, e representa um risco claro e imediato", concluiu Sirleaf, que apresentará sua decisão ao Parlamento nesta quinta-feira.

O mais recente boletim da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre todo o oeste da África, divulgado nesta quarta-feira, aponta 932 mortos desde o começo do ano, com 1.711 casos confirmados de Ebola, sobretudo na Guiné (363), Libéria (282) e Serra Leoa (286).

Em Monróvia, capital da Libéria, muitos mortos foram deixados insepultos nas ruas, ou abandonados em suas casas.

O último boletim sobre a Libéria é particularmente preocupante: 48 dos 108 novos casos de Ebola, com 27 entre os 45 óbitos recentes.

Acompanhe tudo sobre:DoençasEbolaEpidemiasLibéria

Mais de Mundo

Oposição na Venezuela começa dia de protestos para tentar impedir posse de Maduro

Novo foco de incêndio na Califórnia se aproxima de letreiro de Hollywood

Advogados do ex-presidente sul-coreano voltam a pedir anulação do mandado de prisão

“Estou morrendo”, diz Mujica ao anunciar que não tratará mais o câncer